Percebeu uma das coisas mais curiosas dos debates que tomaram conta do país a partir da nova regulamentação das terceirizações?
Aqueles que agora se opõem à terceirização eram os maiores defensores da contratação de médicos cubanos do programa, Mais Médicos. O que houve é que o regime de contratação utilizada para os cubanos no, Mais Médicos, era a terceirização de atividade-fim, no caso o trabalho dos médicos para os serviços de saúde.
Ocorre que, tristemente, os médicos cubanos não tinham possibilidade de escolha, sendo obrigados pela ditadura castrista a se submeterem aquele arranjo de trabalho via OPAS – Organização Pan- Americana de Saúde, enquanto suas famílias permaneciam desprotegidas em Cuba e o regime autoritário dragava grande parte do salário.
É triste que um debate tão importante sobre geração de empregos acabe contaminado por intenções partidárias claramente pouco aceitas à coerência ideológica. No momento, em que vivemos, o reconhecimento do direito às terceirizações é fundamental para inclusão no mercado formal de uma grande massa de trabalhadores que atualmente lutam por sustento num contexto de informalidade e insegurança jurídica.
Precisamos de uma política livre de hipocrisia. E também nunca é demais reforçar: os cubanos precisam ser LIVRES o quanto antes!