Quer saber como proteger seus dados, reduzindo seus rastros na internet? O escândalo do Facebook e a consultoria Cambridge Analytica levou a uma reflexão sobre dados pessoais na rede. Usuários estão verificando como eles estão sendo armazenados e se estão sendo usados sem consentimento.
A empresa de análise de dados usou informações pessoais de mais de 50 milhões de perfis no Facebook, sem permissão, para construir um sistema que miraria eleitores americanos com anúncios políticos personalizados, baseados em seu perfil psicológico.
Talvez você soubesse que o Facebook e o Google guardam seus dados. Mas você sabe quantas informações têm sobre você?
Membros do coletivo Tactical Tech, um grupo sem fins lucrativos especialista em segurança digital, explicam como encontrar que informações sobre você estão armazenadas e como protegê-las.
1. Limpe seu perfil no Facebook
O Facebook dá a opção de fazer o download de todas as suas informações. Isso inclui suas publicações e compartilhamentos, fotos e todas as mensagens que você já mandou ou recebeu, entre outras coisas.
Para receber uma cópia, vá para “configurações”, opção no canto esquerdo superior da página do Facebook. A última opção disponível diz “baixar uma cópia dos seus dados no Facebook”. Você vai precisar digitar sua senha. Depois que solicitar o download, o resultado será enviado para você por e-mail.
De volta às configurações, na coluna da esquerda, uma das últimas opções é “aplicativos”. Nessa opção, você pode remover todos os aplicativos que estão armazenando informações sobre você. Se lembra do teste que você fez há tempos? Ele provavelmente armazenou muitos dados seus.
Clique, então, em “aplicativos”. Na página que surge, você pode ver quais têm acesso a certos dados seus. O Facebook informa que eles têm acesso à sua lista de amigos, por exemplo.
Na opção “aplicativos, sites e plug-ins”, é possível “editar”. Clique nessa opção e em seguida em “desativar plataforma” – essa opção excluirá todas as conexões entre o Facebook e aplicativos de fora, como jogos, de música (como o Spotify), paquera (Tinder, por exemplo), entre outros. Você também pode deletar apenas os aplicativos que não deseja manter conectados ao Facebook.
Depois, em “aplicativos que outras pessoas usam”, é possível retirar a seleção de informações disponíveis para aplicativos usados por amigos. Sua biografia, data de nascimento, informaçoes sobre educação e trabalho, por exemplo, são alguns dos dados acessados por esses aplicativos. Para evitar que essas informações sigam sendo compartilhadas, desmarque-as e clique em “salvar”.
2. Google, quanto você sabe a meu respeito?
É bem provável que você utilize algum produto do Google todos os dias. A empresa conhece você mais do que qualquer pessoa.
Entre no Google e faça o login na sua conta, no canto direito superior. Depois, clique na sua foto ou no logo do Google, também no canto direito superior, e selecione “Minha conta”.
Acesse a coluna central, “informações pessoais e privacidade”. Em “minha atividade” – ou diretamente no link https://myactivity.google.com/myactivity – você poderá ver tudo o que o Google armazena sobre você.
São informações como: todos os sites que você acessou, caso utilize o navegador Chrome, as pesquisas que você fez no Google, anúncios e buscas no Google Maps.
Agora, clique em “excluir atividade por”. Nessa opção, você poderá deletar o histórico das suas atividades que foi armazenado pelo Google.
Mas ainda é preciso impedir que a empresa siga coletando seus dados. Por isso, clique em “controles de atividade” – https://myaccount.google.com/activitycontrols. Nessa página, você pode “pausar” todos os dados que são salvos diariamente, como sua atividade em aplicativos, histórico de localização, informações de dispositivo, atividade de voz e áudio e histórico de pesquisa e exibição no YouTube.
Assim como no Facebook, você pode fazer o download de todas as informações que o Google tem sobre você.
Acesse a página google.com/takeout. O resultado costuma ser um arquivo enorme com antigos históricos de busca, dados de calendário, páginas favoritas, vídeos do YouTube que você viu, enfim, uma infinidade de coisas.
3. Vamos aos seus históricos de localização
Se você usa um smartphone, há grandes chances de que tenha cedido a aplicativos detalhes de quem você é, onde vive e aonde vai.
Para verificar como seu telefone armazena seus passos, siga estes:
No computador, vá para a página: https://www.google.com/maps/timeline. Clique em “gerenciar histórico de localização”.
Se quiser negar o acesso dos aplicativos à sua localização:
4. Use um navegador anônimo
Já reparou que depois de navegar por um site de compras, os produtos que você havia pesquisado aparecem em outras páginas que você visita?
Isso acontece por causa de rastreadores colocados nos sites. Eles ficam coletando dados por trás dos panos, incluindo suas buscas, sites que você visita e seu endereço IP (número de registro de computadores).
A má notícia é que nenhuma configuração de navegar é naturalmente privada. A maioria armazena “cookies”, arquivos de internet que guardam temporariamente o que o internauta está visitando na rede. Também guardam o seu histórico de navegação, gravam conteúdo de formulários preenchidos e outras informações, que podem ser compartilhadas.
Mas o Chrome, do Google, Firefox e o Safari oferecem um modo de navegação “anônimo” que automaticamente deleta seu histórico de navegação, cookies e arquivos temporários toda vez que você fecha a página.
Tente você mesmo: abra seu navegador (Firefox, Chrome ou Safari) e vá para o menu. Depois, escolha “nova janela de navegação anônima”.
Nas preferências de navegação do Firefox e do Safari, você pode escolher navegar de forma anônima permanentemente.
5. Você precisa mesmo de todos seus aplicativos?
Você sabe quantos aplicativos tem no seu celular? Tente adivinhar e depois pegue seu celular e conte quantos são.
Fonte: G1