Polícia investiga se bispo de Formosa teria usado cartão da igreja para comprar bebida

No âmbito das investigações da Operação Caifás, que desvendou esquema de desvio de dinheiro de fiéis da Igreja Católica na paróquia de Formosa (GO), a Polícia Civil do Estado de Goiás também apura denúncia de que o bispo da diocese da cidade, dom José Ronaldo Ribeiro, teria usado o cartão corporativo da igreja para comprar cerveja e uísque.

A denúncia foi registrada por um dos “filhos” do bispo, que integrava grupo de homens que moravam na casa episcopal de dom José Ronaldo, a casa episcopal da Diocese de Formosa. Segundo informação do jornal Metrópoles, de Brasília, o apadrinhado do bispo, Raimundo Cruz de Sousa, registrou ocorrência na 2ª Delegacia Distrital de Formosa.

Ele relatou aos policiais que alguém teria falsificado sua assinatura e usado mais de R$ 4 mil para adquirir produtos em um mercado da cidade. Entre os itens, havia uísque e cerveja.
Nas informações prestadas à polícia, o homem diz que apenas ele, o bispo e o secretário da cúria, Guilherme Frederico Magalhães, também alvo da Caifás, tinham acesso à senha do cartão e o número de um código para validar transações.

“Gastaram R$ 4 mil em janeiro (de 2017) com compras que não foram feitas para a igreja”, disse o jovem em depoimento ao qual o jornal teve acesso. Dias depois ele retirou a queixa, mas a investigação continua em andamento.

Um policial disse à reportagem que suspeitas pairam sobre o bispo e que os investigadores agora buscam quem teria falsificado a assinatura. “O bispo controlava a senha e o código. É possível que ele tenha usado as informações para comprar itens estranhos à igreja”, disse.

Depois de fazer a denúncia ele teria sido demitido do emprego na Diocese de Formosa e deixado a cidade. À reportagem, o advogado do bispo disse que não tem conhecimento à respeito dessa denúncia em específico.

Deflagrada no último dia 19 de março, a Operação Caifás, do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) apura esquema que desviou mais de R$ 2 milhões de recursos da cúria da Diocese da Igreja Católica de Formosa, bem como paróquias ligadas a ela em outras cidades.

Lideranças administrativas e religiosas foram presas no âmbito da operação. Segundo as investigações, o dinheiro desviado era proveniente de dízimos, doações, além de taxas como batismo, casamento, dentre outras, e de arrecadações festivas de dinheiro proveniente de fiéis.

Fonte: Jornal Opção

 

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