Um bebê de 3 meses de vida morreu, no sábado (7), com suspeita de gripe H1N1, em Goiânia. De acordo com a família, Eliel Bernardo Lacerda Cunha estava internado há dois dias no Hospital Infantil de Campinas, tratando contra uma suposta bronqueolite. A mãe de Eliel, a cabelereira Natália da Cunha, disse que suspeitou de que os médicos estavam tratando a doença errada, já que o menino não apresentava melhora.
Após a morte do filho, ela registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, denunciando o Hospital de ter sido negligente. Além disto, ela disse que, após a suspeita de H1N1 ter sido confirmada pela unidade, procurou, munida de uma receita, um Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) para buscar o Tamiflu, mas teve o pedido negado.
“Eu fui na sexta-feira retrasada buscar atendimento para ele. Deram um antialérgico e liberaram. Passaram aerossol, mas ele não melhorou da tosse eu voltei uma semana depois. Uma médica olhou Raio-X e disse que ele estava bem, sem sequer olhar o hemograma. Ele começou a tossir sangue, e um médico disse que era normal”.
“No sábado mudou o plantão e uma outra médica. Ela olhou o mesmo Raio X e disse que ele estava com uma infiltração no pulmão e ele seria internado. Ela falou ‘Vamos ter que isolar ele, e ele vai para um a UTI’, e mandaram a gente ir atrás do Tamiflu, que é o remédio para H1N1”, disse a mãe chorando.
O bebê morreu na tarde de sábado e foi enterrado no domingo, no Cemitério Jardim da Saudade, em Aparecida de Goiânia. O sepultamento foi feito sem velório, e os funcionários do local usaram máscaras e roupa especial, para evitar a contaminação contra o suposto vírus da doença.
A coordenação da UTI pediátrica do Hospital Infantil de Campinas informou que o primeiro atendimento foi feito no dia 2 de abril. O bebê foi medicado, e voltou para casa. No dia 6 piorou, voltou a ser atendido, mas não foi encaminhado a uma UTI porque, segundo o hospital, ele não precisava de oxigênio.
Conforme o comunicado, no dia 7, como o Eliel não apresentava melhora, ele foi encaminhado a UTI pediátrica com a suspeita de H1N1 e, só então, começou o tratamento com Tamiflu, mas acabou morrendo na tarde do mesmo dia.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou à TV Anhanguera que a morte do bebê ainda será investigada, para saber se, de fato, foi por H1N1. Sobre o medicamento que a mãe do bebê disse ter sido negado, a SMS disse que a orientação é dar o medicamento independente de qual cidade a pessoa é. Segundo o órgão, o paciente tem que estar com o documento pessoal e a receita.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou, que 44 casos da doença já foram confirmados no estado. Disse ainda que, até a última atualização, foram registradas 5 mortes por conta do vírus H1N1. Também conforme o relatório, uma pessoa morreu por H3N2 e outras 35 por outras variações da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag).
A confirmação da 5ª morte ocorreu na quinta-feira (5). A 4ª morte foi confirmada após laudos atestarem que o médico pediatra da SMS Luiz Sérgio de Aquino Moura também havia morrido em decorrência da H1N1. As duas são as únicas de moradores de Goiânia. Outras duas são de Trindade – onde houve surto da doença na Vila São Cottolengo – e uma de Jaupaci.
Para combater o avanço das doenças, o governo do estado criou um comitê que vai debater sobre ações e levantar o que ainda é necessário ser feito. Uma das primeiras ações foi a reserva de 30 leitos de hospital para casos graves das influenzas.
Fonte: G1