Grupos rivais se digladiam na internet, desenterram fatos obscuros do passado e até inventam algumas histórias para desqualificar os oponentes. Não estamos falando de política, mas de “BBB18” .
Gleici, Kaysar e a família Lima – representada por Ana Clara e Ayrton – disputam o prêmio de R$ 1,5 milhão do reality show, que será entregue nesta quinta-feira (19) à noite.
Comunidades enormes dão seu suor e se articulam nas redes sociais para derrotar adversários, com o único objetivo de engordar as contas de seus participantes preferidos. As táticas de guerra incluem:
- Mutirões: Nos paredões, administradores dos grupos puxam votações em massa, que geralmente têm metas e horários definidos
- Propaganda: Apoiadores se dedicam a espalhar na internet “boas ações” praticadas por seus favoritos dentro e fora da casa (antes de jogo)
- Difamação: Torcedores tentam divulgar ao máximo de pessoas possível informações que podem fazer seus rivais perderem apoio – nem todas são verdadeiras, a estratégia inclui montagens e conversas editadas.
- Contra-ataque: Quando algum participante é alvo de “hater”, seus fãs se articulam para contra-atacar a ofensa ou desmentir a informação em postagens públicas das redes sociais.
Fake news
Representantes das torcidas de todos os finalistas ouvidos pelo G1 acusam rivais de espalharem notícias falsas para desqualificar participantes. A maioria não descarta que haja, também em seus grupos, fãs adeptos da prática.
Uma das administradoras de um grupo em apoio a Kaysar com 42 mil membros no Facebook, Simone Korukian, de 45 anos, admite que, ao se deparar com uma informação falsa sobre um participante rival, a equipe procura curti-la para dar destaque à postagem.
“Deixamos na mão de cada um a decisão de acreditar ou não”, diz. Ela vê em Gleici a maior rival do sírio no jogo, e diz desestimular os ataques contra a acreana por um motivo estratégico: “Isso só faz ela se destacar ainda mais positivamente”. Simone acrescenta:
“Até mesmo as notícias falsas têm o lado positivo. Muitos veem como perseguição, injustiça. Por isso, até achamos positivos alguns ataques contra o Kaysar, fazem dele ainda mais forte.”
Curiosamente, Kaysar e Gleici são vítimas principalmente do mesmo tipo de “fake news”: montagens e falsas reportagens que sugerem uma vida de ostentação dos participantes fora da casa e tentam derrubar o discurso de que os dois têm uma realidade humilde.
Segundo Daniel Cerqueira, de 36 anos, um dos moderadores de um grupo com 61 mil fãs de Gleici, a torcida de Kaysar divulgou, na semana passada, um vídeo editado em que uma conversa entre os dois participantes foi tirada do contexto para prejudicar a sister.
“Colocaram a Gleici falando para o Kaysar que ele jamais ia conseguir o objetivo dele, mas só tinha isso no vídeo, estava cortado”, conta. “Passei a madrugada toda comentando em posts [para desmentir a informação]”
Sem se identificar, um administrador da página Ana Clara Update, em apoio à família Lima e com 8 mil seguidores no Twitter, explica que a torcida só se mobiliza para combater as notícias falsas quando elas envolvem algo sério:
“Na maioria das vezes, essas bobagens servem para rirmos. Eles querem moral, atenção da torcida, coisas que não terão. Procuramos dar atenção a coisas reais e não fúteis.”
Entre as “fake news” que circulam sobre a família, há a imagem de uma falsa mensagem da produção do programa, pedindo para Ana Clara tomar banho.
Na briga de popularidades, até “pesquisas de opinião” são lançadas pelos fãs na internet. O método é pouco ortodoxo: curtidas, coraçõezinhos e carinhas assustadas são algumas das cédulas de votação.
Fonte: G1