O advogado Sebastião Carlos de Oliveira foi preso preventivamente nesta quarta-feira (9), por ameaças de morte, em Goiânia. Ele é acusado da morte do cunhado, o lenhador Hélio Alves Borges, de 66 anos, e suspeito de fazer dívida de R$ 7 milhões no nome da vítima. Segundo a Polícia Civil, o detido ameaçou testemunhas relacionadas ao caso e o delegado responsável pelas investigações, por isso teve a prisão preventiva decretada.
A corporação informou que a prisão ocorreu em um hotel de Goiânia, onde o advogado estava hospedado. O inquérito que apura o homicídio já foi encerrado pela Polícia Civil e aceito pela Justiça. As ameaças, segundo a corporação, ocorreram depois através de uma das testemunhas, e foram anexadas ao processo posteriormente.
O advogado de Sebastião, Ricardo Naves, afirmou que vai entrar com um pedido de habeas corpus para o seu cliente. Segundo ele, o pedido de prisão não é legítimo.
“A prisão é estabelecida exclusivamente em depoimento de testemunha que diz que o Sebastião teria dito que iria matar essa testemunha, um policial e o delegado. Não há nenhuma verdade nisso. Não houve o cuidado de colher o nome ou mesmo diligenciar em busca dessa pessoa. É um engodo, uma fábula que se inventa coisas para violar direitos”, afirmou.
Homicídio
Cunhado do suspeito, o lenhador foi morto a tiros, em maio de 2017, em Guapó, no centro goiano. O delegado responsável pelo caso, Arthur Fleury, afirmou, na época, que Sebastião é suspeito de ter criado empresas no nome do parente, que têm dívidas de R$ 7 milhões.
Conforme o delegado havia explicado, testemunhas informaram que as dívidas começaram há mais de sete anos, quando a vítima e o suspeito ainda moravam na fazenda do advogado, onde o crime ocorreu.
Conforme as investigações, a vítima se mudou e conseguiu ficar longe do local por cerca de sete anos, já que recebia ameaças do cunhado. No entanto, com a morte do irmão de Hélio em 2017, ele retornou à fazenda em maio para reclamar uma herança.
“Ele foi até o Sebastião para negociar um pedaço de terra que esse irmão havia deixado. Eles não conseguiram chegar a um acordo e Hélio saiu falando que iria tomar posse da terra. Nisso, o Sebastião atirou nele”, contou o delegado Fleury na época da primeira prisão do suspeito.
Fleury relata que o suspeito se apresentou a um promotor na época do crime alegando legítima defesa. No entanto, o próprio delegado não considera que a versão dele seja possível.
Descoberta da dívida
Enquanto Hélio trabalhava às margens de uma rodovia há cerca de oito anos, o policial rodoviário federal Huge Schaiblich, fez um levantamento sobre a vítima para confirmar se o homem tinha licença para cortar árvores no local. No entanto, a pesquisa revelou as dívidas milionárias.
“Chamou atenção um simples lenhador, uma pessoa bastante simplória, que não tinha nem um veículo, nem uma motocicleta para andar, ser o proprietário de uma empresa milionária”, afirmou em entrevista à TV Anhanguera.
Após a descoberta foi feita uma denúncia contra Sebastião e Hélio pediu proteção por meio da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Conforme um documento da corporação, emitido em novembro 2010, “o mesmo teme atentados contra sua vida pessoal e solicita a possibilidade de um apoio do Estado no sentido de inclusão de seu nome no rol de proteção à sua vida pessoal”.
Fonte: G1