Um jovem de 27 anos foi preso na quinta-feira (10) suspeito de torturar o enteado de 2 anos de idade em Goiânia. Segundo apurou a Polícia Civil, a vítima foi internada diversas vezes no último mês e, nesta semana, teria apanhado por dois dias seguidos, o que causaram desmaios e hemorragia interna.
Advogados do preso, Rômulo Franco Martins Filho e Marcio Carratte de Faria informaram, por meio de nota, que o cliente se reserva o direito de permanecer em silêncio. Ainda conforme o texto, “a defesa entende que as acusações são exageradas, muitas delas infundadas e inverídicas”, portanto, pedirão a liberdade provisória dele na audiência de custódia, marcada para esta sexta-feira (11).
A mãe da criança disse que suspeitou que o filho estivesse sofrendo algum tipo de agressão, mas disse que o companheiro negava. “Eu estava desconfiada porque ele mudou o comportamento. Ele estava tristinho, ele não queria comer, ele estava com medo. Quando ele chegava perto de mim ele reclamava, mandava ele sair. Conversei com ele muitas vezes, ele sempre negando”.
“Ele [marido dela] falou ‘eu não bato nele, não maltrato ele, você sabe. O que faço é cuidar dele'”, contou a mãe.
O menino está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), respirando espontaneamente. Segundo a mãe da criança informou à TV Anhanguera, o filho já passou por cirurgia e os médicos disseram que o garoto tem poucas chances de sobreviver.
Segundo a investigação, o padrasto afirmou que a vítima havia se machucado ao cair do berço. No entanto, médicos constataram que as lesões internas e hemorragias não eram compatíveis com um ferimento causado por queda e chamaram a Polícia Militar que prendeu o homem.
Conforme a Polícia Civil, o preso confessou aos PMs que agrediu o menino com socos. O delegado Ronny Campos informou que o preso está sendo indiciado inicialmente pelo crime de tortura por ter apurado que a criança precisou ir ao hospital várias vezes no último mês sempre com as mesmas “justificativas”.
“A medica deu certeza das lesões que não eram de queda de berço e o conduzido assumiu para a PM que agrediu a criança segunda e terça-feira. Segundo a mãe, a criança foi levada ao hospital quatro vezes no último mês por ter caído do berço ou por causa de vermes”, detalhou.
Ainda segundo o delegado, a investigação do caso será passada, na sexta-feira (11) para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) que vai continuar a ouvir parentes e outras testemunhas que possam ajudar na apuração. Se o preso for condenado pelo crime de tortura, ele pode pegar pena de até 8 anos de prisão.
Fonte: G1