Dois anos após a posse de Michel Temer (MDB), em decorrência do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a administração federal tem hoje reprovação recorde por parte da população. Dados do Ibope, divulgados em abril deste ano, revelam que 72% dos brasileiros consideram a gestão péssima.
Apesar da avaliação negativa, no sábado (12/5), Temer utilizou sua conta no Twitter para afirmar que neste momento o Brasil está mais “forte e otimista”. “Não há espaço para retroceder. As mudanças precisam continuar. Os defensores da crise perderam. O Brasil aprendeu a crescer com consistência”, declarou o emedebista.
“Há dois anos, assumi o governo do Brasil com uma dura missão: retirar o País da sua mais grave recessão, estancar o desemprego, recuperar a responsabilidade fiscal e manter os programas sociais.” De fato, tudo isso foi feito, pontua Temer.
A análise de Temer, entretanto, parece não convencer os brasileiros, inclusive membros da sua base aliada. A percepção geral é de que os problemas persistem. Para o deputado federal Heuler Cruvinel (PSD), em relação à economia, Temer conseguiu dar a resposta que o Brasil precisava no momento.
Todavia, Cruvinel cita que o Poder Executivo federal demonstrou fraqueza por não conseguir aprovar reformas importantes como a tributária e a previdenciária. O parlamentar argumenta que os casos de corrupção envolvendo pessoas do primeiro escalão é o principal problema que inviabiliza a consolidação da gestão.
Para o deputado federal Fábio Sousa (PSDB), a montagem da equipe econômica feita por Temer foi excelente, embora os resultados sejam gradativos em decorrência dos desastres provocados pelo governo Dilma. “Ele (Temer) agiu correto na economia, mas pecou nas questões éticas. Ele tentou ser um Itamar, e o máximo que ele conseguiu foi ser um Sarney melhorado”, critica Fábio.
Governo ilegítimo
Em contrapartida, o deputado estadual Luis Cesar Bueno (PT), argumenta que o atual governo é ilegítimo e marcado por denúncias de corrupção apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF). “Essas denúncias foram comprovadas pela Polícia Federal e encaminhadas ao Congresso Nacional. Temer se mantém no poder graças às barganhas que fez com deputados e senadores”, frisa Bueno.
Para o petista, é preciso restituir o Estado constitucional de direito. “Este governo precisa ser destituído, conforme pedido do MPF. O Brasil está em crise, o setor produtivo está parado, a população perdeu o poder de consumo e a violência explode em todo País”, defende o deputado estadual. Bueno argumenta ainda que a maior prova da ineficácia da gestão de Temer é a avaliação negativa por parte dos brasileiros, como aponta a pesquisa Ibope.
Na mesma linha, o deputado federal delegado Waldir Soares (PSL) afirma que a Câmara deveria ter aceito o afastamento do presidente. “Não temos um governo, temos uma organização criminosa comandada pelo MDB. Os deputados deveriam ter tido vergonha na cara e acatado o afastamento de Temer.” Agora, os brasileiros sofrem as consequências, com a crise na segurança pública, na saúde e em diversos outros setores, critica Waldi
Fonte: Jornal Opção