O candidato do MDB a governador, Daniel Vilela, se não conquistar o apoio do PSD de Vilmar Rocha e do PP de Alexandre Baldy, pode desistir da disputa? O Jornal Opção ouviu cinco emedebistas, que apresentaram, sem conversarem entre si, praticamente a mesma versão.
Ao contrário do que pensam alguns prefeitos do MDB que apoiam Ronaldo Caiado, como Adib Elias, de Catalão, Daniel Vilela vai disputar o governo de Goiás de qualquer maneira, independentemente de alianças políticas frágeis ou fortes. Por quatro motivos.
Primeiro, Daniel Vilela é apresentado pelos emedebistas como o candidato que representa de fato a renovação política. Portanto, se for assimilado como tal, sobretudo ao se apresentar no programa de televisão — com sua estampa jovem e com ideias arejadas —, pode conquistar o eleitorado. Tese emedebista: o quadro, neste momento, está inteiramente aberto, sem favoritos reais.
Segundo, o jovem postulante conta com o apoio do MDB, que está instalado em todos os municípios de Goiás. As estruturas do partido, de acordo com os emedebistas entrevistados, podem fazer a diferença. Eles sugerem que, enquanto Daniel Vilela terá um exército para espalhar seu nome e suas ideias em todo o Estado, o pré-candidato do DEM, Ronaldo Caiado, praticamente não tem bases eleitorais no interior. Os vilelistas frisam que, em termos de estrutura, o verdadeiro rival será o governador José Eliton, do PSDB.
Terceiro, o grupo de Daniel Vilela avalia que não há espaço, na base governista, para agasalhar suas várias correntes políticas. Uma deles pelo menos vai “espirrar”, quer dizer, deve sair para compor com o MDB. Os emedebistas sugerem que, mesmo se o PSD apoiar José Eliton, o grupo de Vilmar Rocha, mesmo que não componha oficialmente, deve apoiar Daniel Vilela. Aposta-se que, dada a ligação de Alexandre Baldy com o presidente Michel Temer e com o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, o PP, dividido ou não, tende a apoiar Daniel Vilela para governador. Até o PTB tem sido sondado pelo vilelismo. Os emedebistas frisam que há uma vaga de vice e pelo menos uma vaga para senador na chapa de Daniel Vilela.
Quarto, mesmo se perder a eleição, Daniel Vilela ficará conhecido em todo o Estado e, daí, estará cacifado para novos projetos políticos, como a disputa da Prefeitura de Goiânia em 2020 e/ou o governo de Goiás em 2022. O emedebista pode estar plantando na eleição de 2018 para colher nas eleições de 2020 e 2022. Ele segue a máxima de Tancredo Neves: em política só perde mesmo aquele político que, por algum receio, não disputa.
Fonte: Jornal Opção