A Polícia Civil investiga o caso de uma recém-nascida que teve queimaduras de 1º e 2º grau e infecção por bactérias na Santa Casa de Misericórdia de Anápolis. Segundo o relatório da coordenação do serviço de neonatologia, Yasmin Bispo Sousa foi colocada – logo após nascer – junto a bolsas de água quente em um berço comum, porque os aquecidos estavam em uso na UTI neonatal. No momento, estaria coberta “com vários cobertores”.
O incidente aconteceu no dia 30 de abril, no início da tarde. Os pais de Yasmin, o auxiliar de produção desempregado Carlos Henrique Faria e a dona de casa Sara Silva Bispo, afirmam que não foram comunicados de imediato sobre o ocorrido.
“Eles nos falaram que suspeitaram de uma infecção e que fariam exames para saber o que era. Depois, passados uns dias, admitiram que era uma queimadura. Não falaram que foi eles mesmos, não falaram nada em um primeiro momento”, disse Carlos Henrique.
“Eu e minha esposa íamos à UTI todo dia. Não nos deixavam ver as feridas, disseram que só os médicos podiam ver. Aí, quando ela recebeu alta, no dia 8 de maio, é que nos entregaram o laudo médico falando que ela sofreu a queimadura no berço”
Fotos feitas pelo casal mostram as feridas na pele da bebê. Como tratamento, o hospital indicou que os curativos fossem trocados três vezes por dia. Uma médica do Hospital de Queimaduras da cidade se sensibilizou com o caso e ofereceu tratamento.
Os pais afirmam, porém, que a Santa Casa não tem auxiliado nos cuidados com Yasmin. O combinado seria que uma enfermeira os ajudaria todos os dias nos curativos, mas, além de faltar esporadicamente alegando problemas com carro, a mulher teria parado de visitar a bebê no 38º dia após o parto, quando a ferida se fechou.
“Ela é nossa primeira filha. Desde os primeiros dias que nasceu, ela chora de dor”, conta o pai.
Indignado com o ocorrido, o casal denunciou o caso à Polícia Civil nesta quarta-feira (27), que determinou a realização de exames no Instituto Médico Legal. A família também procurou a Justiça. O caso corre na 4ª Vara Cível, com valor de R$ 60 mil. O juiz responsável é Danet Bartoccini.
‘Vaquinha’ para tratamento
Yasmin precisa de três pomadas diferentes, e cada uma custa, em média R$ 100. Juntando todas as medicações necessárias, além de faixas para os curativos, os custos superam R$ 400.
Sem dinheiro por estarem desempregados, os pais da bebê precisaram apelar para a ajuda de amigos e empréstimos.
Carlos Henrique afirmou esperar punição aos responsáveis pelo ocorrido com a bebê. Ele afirmou que o casal queria ter voltado para casa “com a filha perfeita, como ela nasceu”.
Fonte: G1