O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 30 anos, o serial killer de Goiânia, enfrenta nesta segunda-feira (9) o júri popular pela morte da jovem Wanessa Oliveira Felipe, de 22 anos. O crime ocorreu em uma farmácia do Bairro Goiá, onde a vítima morava, em abril de 2014. Já condenado por 28 homicídios, ele soma uma pena de 676 anos e foi considerado inocente apenas em três casos.
O defensor público Jaime Rosa Borges Júnior, responsável pela defesa de Tiago neste júri, afirmou que a estratégia será tentar diminuir a pena do réu neste caso. “Temos a confissão dele à polícia e o exame balístico que comprova que a bala que atingiu a vítima saiu da arma dele. Então, não vamos negar a autoria. Vamos alegar a semi-imputabilidade, que pode causar a diminuição da pena”, disse.
A sessão começou às 8h50 desta segunda-feira, no Fórum Criminal Desembargador Fenelon Teodoro Reis, no Jardim Goiás. O júri é presidido pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas. Já a acusação será feita pelo promotor de Justiça Maurício Gonçalves de Camargos. Tiago responde por homicídio qualificado por impossibilidade de defesa da vítima.
O irmão de Wanessa, Marcelo Oliveira Filho chorou durante o depoimento prestado ao júri. “Ela era ótima filha, uma ótima menina, pessoa do bem, trabalhadora. Ela parou para comprar um desodorante. A polícia nos passou que a moto dela e a do Thiago se cruzaram antes no trânsito.
“Ele a viu, cabelos pretos… Ele parou, entrou na farmácia, atirou a queima roupa e foi embora tranquilamente”, disse, emocionado.
Também testemunha no julgamento, João Batista Mendanha, filho do dono da farmácia onde o crime ocorreu, disse que tentou reanimar Wanessa após ela ser atingida. “Ela chegou alegre, sorrindo. Chegou um cidadão de jaqueta e capacete preto, atirou e foi embora. Ele nem abriu a boca. Ela tentou levantar, tentei reanimar ele, mas ela morreu”, contou.
O promotor afirma que a condenação dele será inevitável. “As provas são muito claras, caudalosas. As testemunhas presenciaram o crime e ele afirmou em depoimento à polícia que cometeu o crime. Vamos trabalhar pela condenação dele”, destacou.
‘Não o perdoo’
A mãe de Wanessa, Sandra Oliveira Soares Felipe, também foi ouvida como testemunha. Após ser interrogada, a mulher disse que espera que a Justiça seja feita e que ele seja condenado. Ela questionou o fato de Tiago ter comparecido ao tribunal, mas, por optar por não depor, ser levado de volta para a prisão.
“O que eu quero é Justiça. Inclusive, eu queria que ele estivesse aqui para ver o sofrimento da gente. Espero que ele seja condenado e pague pelos crimes dele. Foi um crime bárbaro, uma maldade sem tamanho, sem motivo. Eles não se conheciam”, disse.
Se estivesse viva, Wanessa completaria 27 anos no domingo (8). Triste e traumatizada, Sandra disse que ainda mantém o quarto da filha intacto e fez questão de afirmar que não perdoa Tiago.
“Não o perdoo. Perdão é para quem se arrepende e ele não mostrou estar arrependido de nenhum dos crimes que cometeu. Minha vida está péssima. O sentimento e a dor são os mesmos. A saudade só aumenta. Ontem foi aniversário dela e eu fui ao cemitério levar flores”, desabafou.
Fonte: G1