Mourão Diz Que ‘Solução’ Para Venezuela é Maduro ir Embora Para Outro país

Para ele, alternativa permitiria ao país vizinho tentar se reorganizar democraticamente. Líder da oposição venezuelana se declarou presidente interino e foi reconhecido pelo Brasil.

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, disse nesta quinta-feira (24) que uma solução para a Venezuela seria o presidente Nicolás Maduro ir embora do país.

Mourão, que ocupa a Presidência em razão da viagem de Jair Bolsonaro à Suíça, deu a declaração ao deixar a sede da Vice-Presidência, em Brasília.

“Uma solução é o Maduro ir embora, né? Embarca lá com o bandão dele para algum país que o receba e pronto. Segue o baile e a Venezuela volta a tentar se reorganizar democraticamente”, disse Mourão.

A Venezuela vive uma crise política, econômica e social que culminou na tentativa da oposição de tirar o presidente Nicolás Maduro do poder. Nesta quarta (23), o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e líder da oposição, Juan Guaidó, se declarou presidente interino do país e foi reconhecido pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, entre outros.

Na entrevista, Mourão afirmou que não houve precipitação do governo brasileiro ao reconhecer o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, como novo presidente do país.

Como resposta, Nicolás Maduro acusou os Estados Unidos de dirigirem uma operação para impor um golpe de Estado e anunciou o rompimento de relações diplomáticas e políticas com o país.

Nesta quarta, os Estados Unidos pediram uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para debater a crise na Venezuela.

Por outro lado, Rússia, China e Turquia estão entre os países que apoiam Maduro. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, telefonou para Maduro nesta quinta, informou a agência RIA. O líder russo afirmou que apoia “as autoridades legais” da Venezuela e deseja continuar a cooperação “em várias esferas” entre os dois países.

Mourão minimizou o fato de Brasil e Rússia, integrantes dos Brics, estarem em lados opostos na crise venezuelana. O presidente em exercício disse que isso não atrapalha o grupo e que sempre haverá divergências em determinadas questões.

“Não há homogeneidade das decisões”, declarou.

Por Luiz Felipe Barbiéri, G1 — Brasília

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