Entrevista | “Não seria legítimo interferir na entidade da qual me afastei”

Ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO) por duas gestões, de 2010 a 2012 e de 2013 a 2014, Henrique Tibúrcio admite que deixou empréstimos a serem quitados após renunciar ao cargo em janeiro de 2015 para assumir a Secretaria Estadual de Governo, mas diz que as contas estavam em dia.

O senhor acha comum renunciar ao mandato e deixar empréstimos para o gestor seguinte quitar?

Não há qualquer anormalidade nisso. Quando deixei a gestão, não havia nenhuma conta vencida que não tinha sido paga. Deixei um com parcela em torno de R$ 200 mil, que venceria agora em novembro de 2015, e outro com parcela de R$ 80 mil, que vence em julho de 2017.

Em entrevista ao POPULAR publicada no último dia 8, o ex-presidente Enil Henrique disse que todas as decisões partiram do senhor, apesar de ter sido o tesoureiro na sua gestão…

As decisões são tomadas em conjunto, sempre em reuniões da diretoria, das quais ele participou ativamente. Ele tinha autonomia inclusive para demitir pessoas, cortar despesas, para fazer adequação no orçamento.

O senhor acha normal um presidente de uma instituição, da qual se espera total isenção em relação aos poderes, deixar o cargo e assumir uma pasta no governo?

Isso é uma questão de foro íntimo. Agora, isenção e independência é uma questão de caráter, não se adquire por ato notarial. Enquanto fui presidente da Ordem, a Ordem exerceu o seu papel.

O senhor acredita que sua ida para o governo aumentou a crise política da OAB?

De forma alguma. Eu saí e deixei a OAB nas mãos de pessoas que foram eleitas. Não posso sair da OAB e ficar dando palpite na Ordem.

A Ordem é hoje administrada por um grupo que foi eleito em novembro como oposição. Como o senhor encarou a derrota do candidato que o senhor apoiou?

Participei muito pouco do processo eleitoral. Não seria legítimo sequer que eu buscasse interferir na entidade da qual me afastei por uma decisão própria. Apoiei Flávio Buonaduce por questão de amizade e por conhecer o trabalho dele, já que foi meu secretário-geral. Mas desejo à nova administração da Ordem todo o sucesso do mundo. Tenho certeza de que eles têm condições de fazer um grande trabalho à frente da OAB.

Fonte: O Popular

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