Sistema anunciado pela Microsoft se adapta a dispositivos dobráveis e é parte de uma estratégia de modularizar o Windows
Entre todos os anúncios da Microsoft no evento de quarta-feira (2), um dos mais importantes não tem necessariamente a ver com hardware. Trata-se do Windows 10X, uma nova variação de seu sistema operacional, que estreará no Surface Neo, o tablet de duas telas previsto para chegar ao mercado em 2020, mas que é parte uma aposta mais profunda da Microsoft.
Em sua primeira forma, o Windows 10X no Surface Neo tem algumas características diferentes do Windows 10 convencional. Primeiramente, ele não possui o mesmo menu Iniciar. A Microsoft removeu os blocos dinâmicos que se tornaram uma marca do sistema. No lugar, o tablet possui uma tela muito mais ampla que mostra os aplicativos instalados no aparelho, como mostra a imagem abaixo.
No entanto, a proposta da Microsoft é ir muito além do Windows 10X no Surface Neo. Ele é parte de uma estratégia vital da Microsoft de facilitar a expansão do Windows para múltiplos dispositivos, em um projeto que é conhecido como Windows Core OS, como explica o site Gizmodo.
Em suma, a proposta da Microsoft é criar um sistema adaptável e “modular”. Apenas um núcleo do Windows é fixo, e todo o resto pode ser ajustado de acordo com a necessidade do tipo de dispositivo no qual ele está instalado. No caso do Surface Neo, a necessidade principal era adaptar o sistema a duas telas e uma interface primariamente de toque.
Quando olhamos para o Xbox, por exemplo, as necessidades são diferentes, mesmo que ele também rode o Windows como fundação da plataforma. Não é do interesse da Microsoft que o console rode aplicativos Win32 (os softwares tradicionais que já funcionavam com o Windows 7 e que não são distribuídos pela Microsoft Store). Assim, este “módulo” pode ser removido do sistema operacional, sem necessidade de mexer no seu núcleo fixo.
Como nota o Windows Central, o Windows Core OS é uma tática da Microsoft para não apenas reduzir tempo e custos na hora de adaptar o sistema operacional para novos formatos tecnológicos. É também uma estratégia para colocar o Windows mais rapidamente em novos dispositivos, facilitando a inovação.
Vamos supor que a Dell, que é historicamente uma fabricante de computadores com Windows, tivesse surgido com a ideia de um dispositivo similar ao Surface Neo da Microsoft. A empresa teria que lançar o dispositivo com uma versão convencional do Windows 10 para tablets ou esperar a Microsoft criar um novo sistema operacional do zero para se encaixar nesse novo formato. Nenhuma das duas opções é muito boa: a primeira simplesmente não é uma boa experiência e a segunda tomaria muito tempo e atrasaria o lançamento. Com o Windows Core OS, a adaptação é mais rápida.
Existem outros aparelhos que já estão se beneficiando da proposta do Core OS. A Microsoft já havia revelado dois produtos que faziam uso deste novo conceito modular para o Windows: o Surface Hub 2X, que é uma tela de 85 polegadas para aplicações colaborativas (quase como uma lousa conectada), e o HoloLens 2, a versão melhorada do visor de realidade aumentada da empresa. Ambos são dispositivos bastante únicos, com usabilidade completamente distintas entre si, mas que tem uma coisa em comum: o Windows.
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