Em decisão tomada nesta segunda-feira, 9, no diretório do partido em São Paulo, o Podemos expulsou o deputado federal Marco Feliciano da sigla. Ainda cabe recurso à Executiva Nacional que afirma que o diretório estadual não teria competência para expulsá-lo.
De acordo com documento assinado pelo presidente da sigla no estado, Mário Covas Neto, Feliciano teria sido expulso por desvios de conduta “ética e moral” e cita ainda a utilização de recursos públicos para fins particulares. Em agosto, o jornal Estado de S. Paulo divulgou que o parlamentar teria utilizado R$ 157 mil para um tratamento dentário, valor que foi reembolsado pela Câmara Federal.
“Parece-nos, outrossim, importante destacar que entendemos por desproporcional e pouco recomendado que, em pleno ano de 2019, o parlamentar se utilize de recursos públicas para fins particulares, vide o caríssimo tratamento (dentário) feito pelo representado e pago com dinheiro do povo”, diz o texto do Podemos em SP.
Feliciano ainda é acusado de corrupção, assédio sexual, recebimento de propina, pagamento a funcionários fantasmas e até por comentários incompatíveis sobre o cantor Caetano Veloso.
A ativista Patrícia Lélis, responsável por uma das denúncias de assédio sexual contra Feliciano, comentou a decisão. “Marco Feliciano foi expulso do partido Podemos, após uma série de acusações envolvendo inclusive assédio sexual no gabinete. Volto a dizer: Não fui a primeira vítima do Feliciano e muito menos a única, apenas a primeira a denunciá-lo”, publicou.
O que diz Marco Feliciano
O parlamentar que está em viagem com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Senegal, se manifestou por meio de um comunicado oficial.
No documento, Feliciano diz que ser expulso por apoiar o presidente Bolsonaro é motivo de orgulho, mas que se tratou de um processo de exceção onde não teve direito à defesa.
O deputado afirmou ainda que os motivos elencados pata sua expulsão são mentirosos e que jamais cometeu qualquer irregularidade em sua vida pública. O parlamentar diz que tudo se trata de uma “trama do presidente estadual Mário Covas.
Veja o documento na íntegra:
Em relação à minha expulsão do Podemos, assim me manifesto:
1 – Ser expulso de um partido por apoiar o presidente Bolsonaro é para mim motivo de orgulho. Por isso aceito a decisão.
2 – Contudo, saliento que se tratou de um processo de exceção, onde sequer fui intimado a me defender.
3 – Os motivos elencados pelo partido para me expulsar são todos mentirosos. Afinal, se fossem verdade, teriam que expulsar quase todos os deputados federais, pois como eu pediram à Câmara ressarcimento de gastos em saúde.
4 – Nesse sentido, afirmo que jamais cometi qualquer irregularidade na minha vida pública, e quem disser ao contrário será devidamente processado civil e criminalmente.
5 – Por fim, deixo claro que tudo isso é uma trama do presidente estadual do Podemos, Mário Covas Neto, que colocou o partido a reboque dos interesses de seu parente Bruno Covas.
Dacar, Senegal, em 9/12/2019.
Deputado Marco Feliciano.
Vice-líder do Governo no Congresso Nacional.
Fonte: Jornal Opção