Importações de azeite tiveram aumento significativo em período recente

O consumo de azeite de oliva experimenta representativo incremento no Brasil desde o ciclo 2016/17, após um período de recuo. Os dados existentes no segmento são do Conselho Oleícola Internacional (COI), que mostra entre o período 2016/17 e a etapa 2017/18 (outubro a setembro), elevação na ordem de 28,6% na demanda brasileira, que é equiparada pelo organismo com a importação do País, apresentando os mesmos números de um e outro indicativo. Uma das razões levantadas para o aumento é a maior consciência em relação aos benefícios do produto para a saúde humana.

Em 2018, informações do sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), apontam crescimento de 32% nas importações brasileiras de azeite de oliva, em comparação com 2017. O volume importado atingiu 79,8 mil toneladas (59,2% vindo de Portugal), e o COI levantou número provisório semelhante (76,5 mil toneladas) para o ciclo 2017/18, o maior até agora e igual ao previsto para o consumo, pois o conselho não leva em conta a produção brasileira, que, mesmo em evolução, ainda fica abaixo de 1% da demanda.

A própria Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (Oliva) reforça que o volume produzido ainda é muito pequeno e não tem representatividade no total do consumo no País. Ao avaliar estimativas do COI sobre aumento recente das importações brasileiras, Rita Bassi, presidente da Associação Oliva, justificou maior consumo como “reflexo da conscientização da população sobre os benefícios do azeite à saúde. Além de seu sabor, é um importante aliado no combate a doenças, bem como no colesterol e na perda de peso”, disse.

A entidade detalha a ação benéfica nas doenças cardiovasculares, osteoporose e diabetes, e na prevenção de alguns tipos de câncer, bem como o fato de possuir efeitos antioxidante e analgésico, e muitas vitaminas. “Um dos nossos objetivos como associação é disseminar informações sobre esses benefícios, o que sempre procuramos trabalhar em workshops, campanhas e plataformas de comunicação, e isso tem impactado no consumo “, comenta a presidente da Oliva. Nos estados produtores, a exemplo do principal (Rio Grande do Sul), também ocorrem eventos de estímulo ao consumo e de promoção da produção local, como a degustação de azeites na Expointer 2019, pelo Instituto Ibraoliva, e Feiras do Azeite Novo na Secretaria da Agricultura do Estado.

POTENCIAL INTERESSANTE

“Embora o Brasil seja um dos maiores importadores de azeite de oliva do mundo, o consumo per capita é ainda é baixo”, verifica, por sua vez, Denise Saueressig, em mestrado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Com dados da população e da importação em 2017, constatou volume de menos de 300 mililitros por pessoa/ano, o que, segundo ela, “demonstra potencial interessante para o crescimento do mercado”. Citou pesquisas sobre o uso do produto, com destino maior para temperar saladas e peso da questão da saúde na procura pelo azeite, e considerou que, além de o preço representar barreira relevante no consumo, ainda é importante reforçar a conscientização sobre os benefícios para a saúde e, em especial, sobre a qualidade dos rótulos brasileiros à venda.

Fonte: agrolink

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