Coronavírus: entenda a doença que está impactando as bolsas e commodities

O surto de um novo vírus na China tem sido o foco do mercado agrícola e financeiro nos últimos dias. A doença, que teve o primeiro caso registrado na região de Wuhan, na China, já fez as bolsas internacionais fecharem com queda acentuada, o dólar a disparar aqui no Brasil e o preço das commodities, cair.

O mercado avalia que o avanço do coronavírus, principalmente na China, pode reduzir o desempenho da economia do país asiático, que em 2019 já havia registrado o menor crescimento em 29 anos. Há temores também de que a demanda por produtos agrícolas possa ser afetada, se muitos chineses evitarem espaços públicos e reduzirem suas compras, visitas a restaurantes e festividades.

O que é o coronavírus?

É um novo vírus que tem causado doença respiratória, com casos recentemente registrados na China. Os coronavírus são uma grande família viral, conhecidos desde meados de 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais.

Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias de leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. No entanto, alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), identificada em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), identificada em 2012.

Segundo o Ministério da Agricultura, o coronavírus também pode causar infecções em animais. Entretanto, as investigações ainda estão em andamento para identificar e estabelecer as espécies com potencial para serem um reservatório dessa doença. Até o momento, com base nas informações disponíveis,  não há relatos do vírus em qualquer espécie animal.

Como o novo coronavírus é transmitido?

As investigações sobre transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. Ainda não está claro com que facilidade o novo coronavírus se espalha. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

De acordo com o Ministério da Saúde, os coronavírus apresentam uma transmissão menos intensa que o vírus da gripe e, portanto, o risco de maior circulação mundial é menor. No entanto, o vírus pode ficar incubado por duas semanas, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção.

Quais os sintomas?

Os coronavírus humanos causam infecções respiratórias de brandas a moderadas, de curta duração. Os sintomas mais comuns são tosse, dor de garganta, coriza e febre. Em pessoas com doenças cardiopulmonares, com sistema imunológico comprometido ou bebês e idosos, existe a possibilidade de o vírus causar infecções das vias aéreas inferiores, como pneumonia.

Como é feito o diagnóstico do novo coronavírus?

O diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios. É necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus. Assim, as duas amostras são encaminhadas para análise.

Para confirmar a doença, é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o RNA viral. O diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de amostra, que está indicada sempre que ocorrer a identificação de caso suspeito.

Existe tratamento?

Ainda não existe um tratamento específico. No caso do novo coronavírus, é indicado repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas.

Como prevenir?

Não existe vacina contra os coronavírus. Para reduzir a chance de contaminação, o Ministério da Saúde aconselha a evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas. Veja outras medidas:

  • realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
  • utilizar lenço descartável para higiene nasal;
  • cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
  • evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
  • higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
  • não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
  • manter os ambientes bem ventilados;
  • evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
  • evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.

Segurança no campo

O Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária esclarece que a recomendação geral é que animais doentes nunca devem ser abatidos para consumo. Já animais mortos devem ser enterrados ou eliminados com segurança. O contato com carcaças e fluidos deve ser realizado apenas com uso adequado de roupas protetoras.

Ao visitar mercados ou feiras de venda de animais vivos, carnes, peixes ou produtos de origem animal frescos, recomendam-se medidas gerais de higiene e prevenção, como lavagem das mãos. Após tocar animais e produtos de origem animal, deve-se também evitar contato das mãos com olhos, nariz ou boca. Recomenda-se ainda evitar contato com animais doentes ou produtos animais deteriorados. O ministério orienta também que o consumo de produtos animais não inspecionados, crus ou malcozidos deve ser evitado.

Por fim, o ministério recomenda que qualquer suspeita de doença exótica ou emergente, bem como mudança no perfil epidemiológico de doenças animais, devem ser relatadas imediatamente ao serviço veterinário oficial nos estados, que são também responsáveis pela defesa sanitária animal.

Como é definido um caso suspeito do novo coronavírus?

Para ser considerado um caso suspeito do novo coronavírus, o paciente precisa possuir o critério clínico, que é febre acompanhada de sintomas respiratórios, além de ter viajado nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas para área de transmissão local (cidade de Wuhan) ou ter tido contato próximo com um caso suspeito ou confirmado.

Os pacientes com casos suspeitos devem ser mantidos em isolamento enquanto houver sinais e sintomas clínicos. Casos descartados laboratorialmente, independente dos sintomas, podem ser retirados do isolamento.

Fonte: Canal Rural

 

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