As usinas de açúcar indianas, sobrecarregadas com estoques recordes, estão ansiosas por lucrar com a perspectiva de retomar as exportações para a Indonésia, que esteve ausente do principal mercado de importação do mundo por anos.
A Índia, que compete com o Brasil como principal produtor mundial do produto, poderá vender 250 mil toneladas de açúcar bruto para a Indonésia até o final do período de moagem local, em maio. O volume foi calculado a partir da média de seis estimativas obtidas em uma pesquisa da Bloomberg com comerciantes e órgãos oficiais. Isso acontece após uma mudança nas exigências de qualidade do país do sudeste asiático.
Na segunda-feira (17), o diretor geral de lavouras do Ministério da Agricultura, Kasdi Subagyono, anunciou que a Indonésia alterou a especificação de cores das importações de açúcar bruto para permitir embarques da Índia. O governo reduziu pela metade a medida Icumsa, chegando a 600.
A Icumsa é a Comissão Internacional para Métodos Uniformes de Análise de Açúcar. A maioria das usinas indianas produz açúcar bruto com Icumsa de até 800 e não poderia enviar para a Indonésia nas regras antigas, quando o país exigia um índice de 1.200.
Segundo Subagyono, isso deve acrescentar o volume necessário para que a Indonésia atenda ao aumento do consumo de açúcar. Ainda que a medida seja direcionada para a Índia, ela se aplica a todos os fornecedores.
Assim, a Índia pode retornar ao mercado da Indonésia depois de uma severa seca cortar a produção na Tailândia, normalmente o principal fornecedor de açúcar bruto para o país. O novo mercado de exportação pode ajudar a restringir os crescentes estoques da Índia, que subiram para um recorde de mais de 14 milhões de toneladas em 1º de outubro.
Fonte: Agrolink