A chegada de uma massa de ar polar que acompanha uma frente fria vai causar queda brusca de temperatura na cidade de São Paulo a partir desta quinta-feira (7). A previsão mínima é de 12ºC, e a máxima de 17ºC, de acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura.
O frio facilita a disseminação de vírus respiratórios – como o novo coronavírus -, que se propagam pelo ar e por gotículas contaminadas, o que exige mais cuidados da população para evitar infecções.
A própria diminuição de temperatura, da umidade relativa do ar e dos raios solares são fatores que contribuem para isso, pois dão ao vírus mais estabilidade, de acordo com o pneumologista José Rodrigues Pereira, da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Além disso, ocorre uma interferência direta no sistema imunológico. “Em qualquer época do ano os vírus estão presentes, mas o frio causa a queda de imunidade do organismo, isso favorece a multiplicação viral”, explica.
O costume de deixar os ambientes fechados para manter a temperatura agradável e se proteger do frio também propicia a contaminação por vírus respiratórios “Gera o que eu chamo de ‘ar viciado’, e a gente acaba tendo contato com o mesmo vírus por mais tempo, o que favorece a infecção”, afirma o médico.
Ele alerta para a circulação do vírus por meio de aérossois: pequenas partículas líquidas contaminadas que ficam suspensas no ar por mais tempo após serem expelidas durante a tosse ou o espirro, por exemplo.
“Se a pessoa estiver infectada por qualquer vírus, o aerossol pode ficar no ar por algumas horas e ser inalado por outros indivíduos, levando ao risco de contaminação”, descreve.
Alguns cuidados básicos podem prevenir a infecção por esses vírus, como por exemplo deixar as janelas de casa abertas, manter o corpo aquecido com agasalhos e evitar o contato com pessoas doentes.
“O isolamento social é muito importante e evita o contágio não só pelo novo coronavírus, mas também por outros que são sazonais, como o influenza [causador da gripe]”, lembra o especialista.
A utilização da máscara e a prática da etiqueta respiratória ao tossir e espirrar também são essenciais.
“Mesmo essas máscaras caseiras devem ser utilizadas. Apesar de não ter a mesma capacidade de proteção da máscara cirúrgica, elas promovem uma barreira mecânica para a propagação de gotículas”, observa. “Elas devem ser usadas ao sair ou até mesmo no condomínio, ao pegar elevador”, exemplifica.
O pneumologista ressalta que estudos mostram a possibilidade de infecção simultânea pelo novo coronavírus e o influenza. “A gente continua tendo todos os outros tipos de vírus, então tem que tomar vacina para o influenza, ela é importante não só para o grupo de risco, mas para toda a população”, acrescenta.