O dólar retomou sua trajetória de queda frente ao real, nesta quarta-feira, 3, com a manutenção do otimismo global sobre as reaberturas e após a divulgação de dados econômicos, que vieram melhores do que se esperava. Às 9h40, o dólar comercial caía 1,5% e era vendido por 5,132 reais. O dólar turismo, com menor liquidez, recua 1,8%, cotado a 5,41 reais.
Assim como na sessão anterior, o real volta a ser a moeda que mais ganha força nesta sessão, entre as principais divisas emergentes. “Aqui é exagera na ida e exagera na volta também”, comentou Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.
Entre os fatores locais que ajudam o real a se fortalecer estão a menor tensão política, após o presidente Jair Bolsonaro participar da posse do ministro Alexandre de Moraes como membro efetivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os dados da indústria que vieram acima melhores do que o esperado. Em abril, a produção industrial brasileira caiu 27,2% na comparação anual, enquanto o mercado esperava uma queda de 33,1%.
Nesta manhã, também foi divulgada a variação dos empregos privados dos Estados Unidos. Os números, apresentados pelo instituto ADP apontam para a perda de 2,76 milhões de postos de trabalho em maio. Embora ainda evidencie os impactos negativos do coronavírus, os dados serviram de grande alívio para o mercado, que projetava perdas de 9 milhões de postos. Os dados da ADP servem como uma prévia dos payroll, que será divulgado na sexta-feira.
Os dados de emprego também vieram melhores do que o projetado na zona do Euro. Por lá, a taxa de desemprego de abril ficou em 7,3% ante uma expectativa de 8,2%. Os 31,9 pontos do índice de gerente de compra (PMI, na sigla em inglês) composto da região, referente ao mês de maio, também ficou acima do esperado, embora ainda abaixo dos 50 pontos que dividem a expansão da contração da atividade.
Apesar do bom humor do mercado, principalmente com relação às bolsas de valores, o dólar tem um dia misto frente às moedas emergentes, se desvalorizando frente ao real e ao peso mexicano, mas ganhando força contra o rublo russo, a lira turca e a rúpia indiana.
Na última sessão, o dólar comercial teve sua maior queda contra o real em dois anos e fechou em 5,210 reais.