A circovirose foi diagnosticada no Brasil no ano 2000. Desde então ela ocorre de forma endêmica na suinocultura tecnificada, afetando principalmente leitões no final da fase de creche e no primeiro mês de crescimento. A mortalidade geralmente fica entre 3% a 10%, mas pode atingir até 35%. O circovírus porcino tem dois tipos: 1 (PCV1) e 2 (PCV2).
O PCV2 tem sua manifestação de cinco formas: doença Sistêmica, doença respiratória, doença entérica, doença reprodutiva e síndrome de dermatite e nefropatia.
A doença sistêmica na sua maioria causa uma infecção subclínica, embora em alguns casos sintomas muito importantes como perda e morte aparecem. Um suíno ou um grupo de suínos sofre de doença sistêmica quando tem um comprometimento e atraso no crescimento, frequentemente com falta de ar e aumento dos linfonodos inguinais, ocasionalmente icterícia (pele amarelada). O diagnóstico da PCV2-SD baseia-se no aparecimento de uma condição caracterizada principalmente por perda e mortalidade acima do esperado e / ou no nível histórico da granja, assim como no diagnóstico individual da doença.
A doença respiratória é uma infecção viral sistêmica, podendo localizar o vírus no sistema respiratório e digestivo.
A doença reprodutiva é um patógeno que tem a capacidade de replicar em fetos e causar danos aos seus órgãos. O diagnóstico deve ser baseado em três critérios: 1) Abortos prematuros e leitões natimortos, às vezes com evidente hipertrofia do coração; 2) Presença de lesões cardíacas caracterizadas por extensa miocardite fibrosa; 3) Presença de grandes quantidades do vírus em lesões do miocárdio e outros tecidos fetais.
A síndrome de dermatite e nefropatia tem seu diagnóstico baseado em dois critérios principais: presença de lesões cutâneas hemorrágicas e necróticas localizadas principalmente nas extremidades posteriores e na região perineal, e/ou rins edemaciados e pálidos com petéquias corticais generalizadas; Presença de vasculite sistêmica necrosante e glomerulonefrite necrosante e fibrina.
Como o vírus infesta
O circovirus Porcino Tipo 2 (PCV2) é um agente patógeno viral de porcos que está envolvido em uma variedade de doenças clinicas e síndromes. Pode ser responsável por perdas de produção, principalmente devido ao retardo do crescimento e à redução do ganho de peso médio diário.
Na forma aguda ou sistêmica a perda de peso e o desperdício podem levar ao tempo prolongado de venda, resultando em perdas econômicas significativas. Mesmo que a morbidade seja uma media moderada de cerca de 10%, a mortalidade de porcos com sinais clínicos pode ser bem superior a 50%. Além dos sinais respiratórios observados em porcos mais jovens, a infecção de porcas com PCV2 pode levar a perdas reprodutivas significativas, principalmente devido a abortos tardios, nascimentos mortos e nascimento de leitões muito fracos para sobreviver.
Entre as causas fatores ambientais como superlotação, presença de outros agentes patogênicos e a má ventilação, demonstraram estar bem envolvidos nessas doenças multifatoriais.
O diagnóstico
Mauro Rodrigo Souza e William Costa, especialista da Ceva Saúde Animal, explicam que o diagnóstico de doenças multifatoriais sempre é difícil de estabelecer quando o agente infeccioso essencial é de ampla distribuição. “Isso significa que só a detecção dos microrganismos patogênicos ou dos anticorpos diante de um elemento não é suficiente para diagnosticar os doentes”.
O primeiro passo no diagnóstico é sempre avaliar o quadro clínico. Porém, os sinais clínicos apenas permitem determinar uma linha de diagnóstico diferencial, que deve ser realizado através de exames laboratoriais. “A confirmação do diagnóstico por meio de exames laboratoriais pode ser muito importante em outras situações como: Granjas que os animais foram vacinados e apresentam sinais clínicos semelhantes; Granjas onde não foi realizada uma correta vacinação. Aconselha-se a realização de um diagnóstico completo para chegar a essa conclusão, não pensando somente no PCV2, mas também em outros agentes que podem causar atraso no crescimento e mortalidade”, dizem os especialistas.
* com informações da assessoria de imprensa
*Mauro Rodrigo Souza é gerente de serviços veterinários da Ceva Saúde Animal
*William Costa é gerente técnico de suínos da Ceva Saúde Animal