Mãe condenada por matar bebê encontrado em escaninho tem prisão decretada por não comparecer em juízo

A professora Márcia Zaccarelli Bersaneti, de 41 anos, condenada pela morte da filha recém-nascida que teve o corpo escondido por cinco anos no escaninho do prédio onde morava, em Goiânia, teve a prisão preventiva decretada por não comparecer em juízo. Ela foi condenada a mais de 18 anos de prisão, mas respondia pelo crime em liberdade.

O advogado de Márcia, Paulo Borges, informou que a defesa está espantada, que os recursos ainda não se esgotaram e que ela sempre cumpriu as medidas com máximo zelo. Informou ainda que Márcia tem um filho de 2 anos e é a responsável por cuidar da criança. Ainda ressaltou que vai recorrer para revogar o mandado de prisão.

O crime aconteceu em 2011, mas o caso só foi descoberto em 2016, quando o ex-marido encontrou o corpo do bebê no escaninho do prédio em que a mulher morava. Ela foi presa em agosto do mesmo ano.

A prisão preventiva dela foi decretada na segunda-feira (14), pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri.

Conforme a decisão, Márcia é obrigada a comparecer todo mês em juízo para prestar informar suas atividades, o que não vem sendo feito desde dezembro do ano passado. Ela já havia sido presa anteriormente após a condenação, por desobedecer outras determinações.

Crime

A professora foi presa no dia 9 de agosto de 2016, quando o ex-marido encontrou o corpo do bebê no escaninho do prédio em que a mulher morava. Após ser detida, ela confessou em um vídeo que a matou e escondeu o cadáver no local.

“Na rua, andando, eu não sabia mais o que fazer. Ela começou a chorar. Estava começando a chover. Eu olhava para ela, depois ela dormiu de novo [respira fundo]. Apertei o narizinho dela”, disse na ocasião.

Condenação

Márcia foi a júri popular em 1º de agosto de 2018. Ela foi condenada a 18 anos e 8 meses de prisão pela morte da filha e foi absolvida da acusação de esconder o corpo da bebê no escaninho (vídeo acima).

Na sentença, o juiz Jesseir Coelho de Alcantara afirmou que o crime “exigiu frieza desta [condenada], uma vez que ela, de forma cruel, tampou o nariz da própria filha recém-nascida causando-lhe a morte”.

Depoimento

A ré deu à luz uma menina no dia 15 de março de 2011. A filha foi fruto de um relacionamento extraconjugal com um colega de trabalho. O marido de Márcia não podia ter filhos por já ter feito vasectomia. Quando ela começou a sentir contrações, ela ligou para um amigo que a levou para o hospital. Esse amigo ainda deu R$ 3 mil para que a professora fizesse o parto cesárea.

Durante o julgamento, Márcia disse que a bebê era fruto de uma relação extraconjugal que ela havia tido. Ela afirmou que tanto o marido, quanto o amante, sabiam da gravidez, mas nenhum deles queria assumir a filha e haviam pedido para ela praticar aborto. A professora se recusou a fazer o aborto.

Segundo Márcia, quando ela entrou em trabalho de parto, o marido disse para ela “sumir e dar um jeito” na criança. A mulher contou que era mal tratada pelo ex-companheiro e que o homem só denunciou o caso à polícia para que, no processo de separação, ela não tivesse acesso aos bens do casal.

Fonte:G1

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