O pesquisador Bruno Roberto Ribeiro, de 33 anos, desenvolveu uma pesquisa no seu doutorado e ganhou em 1º lugar um concurso internacional que busca inovações sobre dados da biodiversidade. O trabalho foi desenvolvido pelo programa de pós-graduação em Ecologia e Evolução da Universidade Federal de Goiás (UFG).
“Foi uma surpresa muita boa e inesperada, já tentamos no ano anterior e não havíamos conseguido. É um concurso muito concorrido e difícil. Fiquei muito honrado com a premiação”, conta Bruno.
O concurso Ebbe Nielsen Challenge 2022 é realizado pela Global Biodiversity Information Facility (GBIF), uma organização internacional, que tem a sede em Copenhague, na Dinamarca. A organização trabalha com a disponibilização de dados científicos de biodiversidade por meio da internet.
Segundo a UFG, Bruno é o primeiro brasileiro a conquistar o primeiro lugar na competição que é considerada uma das maiores na área de inovações e qualidade de dados abertos de biodiversidade. O prêmio foi de cerca de R$ 40 mil.
Bruno desenvolveu uma ferramenta chamada “Biodiversity Data Cleaning” (BDC) junto com uma equipe de mais seis pesquisadores, sendo quatro brasileiros, um argentino e um inglês. O objetivo é corrigir e limpar dados para facilitar a avaliação e ter qualidade nas informações de biodiversidade.
“A ferramenta é fundamental para ter dados limpos e de boa qualidade, e assim tomar decisões ambientais. Por exemplo, avaliar risco de extinção das espécies, definir áreas de preservação e outras”, conta Bruno.
O trabalho contou com os pesquisadores brasileiros Karlo Guidoni-Martins, Lucas Jardim, Geiziane Tessarolo, o argentino Santiago José Elías Velazco e o inglês Steven Bachman. A orientação foi do professor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução (PPG-EcoEvol) do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), da Universidade Federal de Goiás (UFG), Rafael Loyola.
Ferramenta
Bruno conta que a ferramenta é um programa de computador voltada para especialistas e interessados na área de ecologia. As funções da ferramenta permitem harmonizar e integrar registros de ocorrência de espécies de diferentes fontes, padronizar a descrição de diferentes grupos (animais, plantas, fungos, etc), identificar e corrigir problemas nas coordenadas e na data de coleta dos registros.
Além da pesquisa, Bruno descreveu a ferramenta em um artigo que foi publicado em abril deste ano na revista científica inglesa Methods in Ecology and Evolution (MEE) sobre ecologia e evolução da British Ecological Society (BES).
Ele conta que na ferramenta desenvolvida há também tutoriais detalhados que facilitam o entendimento da ferramenta. A equipe já iniciou novas colaborações com a Austrália e Estados Unidos para tornar a ferramenta ainda mais ampla para que possa ser utilizada por mais pessoas.
Pesquisa premiada
A pesquisa premiada faz parte da tese de doutorado de Bruno, chamada “Avaliação e síntese do estado de conservação da flora brasileira” defendida no final de agosto de 2021.
Conforme a UFG, a tese recebeu Menção Honrosa no Prêmio Capes Tese 2022, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), que reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros.
Nela, Bruno explica como desenvolveu e testou ferramentas e metodologia para agilizar o processo de avaliação de risco de extinção de espécies a fim de contribuir para a promoção de programas eficazes de conservação e proteção.
Fonte:G1