Mãe que confessou ter matado as duas filhas em Edéia aguarda transferência para hospital psiquiátrico há quase um mês

mãe que confessou ter matado as duas filhas em Edéia, no sul de Goiás, aguarda há cerca de um mês uma transferência para um hospital ou clínica psiquiátrica. Como ela está em um pronto socorro de forma provisória, a Justiça de Goiás exigiu que a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) a conseguir a vaga para ela, sob pena de multa de R$ 10 mil, por dia.

Izadora Alves de Faria foi internada, provisoriamente, no Pronto Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc, em Goiânia, após tentar se matar dentro do presídio para onde foi levada após a prisão, e continua no local até esta quarta-feira (26). O local é destinado apenas a avaliação de pacientes e não propriamente a internação.

g1 entrou em contato com a defensoria pública, por mensagens enviadas por volta das 16h30 desta quarta-feira (26), para saber se os defensores públicos que atendem Izadora Alves de Faria querem se posicionar, e aguarda retorno até a última atualização desta reportagem.

Em nota, a SES-GO disse que “a rede estadual não dispõe de leitos psiquiátricos, e os existentes no Sistema Único de Saúde são regulados pelos municípios”. Apesar disso, a secretaria disse que, assim que for notificada da decisão judicial, “tomará as devidas providências cabíveis, que é informar o município”.

Como Izadora está no Wassily Chuc, na capital, a reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, que disse que Central de Regulação de Goiânia busca vaga, junto às duas unidades psiquiátricas credenciaras ao Sistema Único de Saúde (SUS) pra que a paciente seja transferida.

A reportagem ainda questionou a SMS sobre o motivo pelo qual a paciente ainda está no Pronto Socorro Wassily Chuc, já que o local não é próprio para inernação, e aguarda resposta desde a última atualização desta reportagem.

As meninas Maria Alice Alves de Souza Barbosa, de 6 anos, e Lavínia Souza Barbosa, de 10 anos, foram encontradas mortas pelo pai, no dia 27 de setembro. Nas redes sociais, o homem lamentou a perda das filhas.

Ao ser presa horas depois do crime, a mulher confessou à Polícia Civil que envenenou, afogou e depois deu facadas nas filhas. Em seguida, ela fugiu de casa.

A diretoria do presídio de Israelândia, onde a mulher estava presa, alegou no processo que o estabelecimento prisional não possui “estrutura física e humana para custodiar pessoas presas com o quadro de saúde/transtornos mentais”, como o de Izadora Alves, de 30 anos.

Ao chegar na cadeia, a mulher apresentou comportamento inadequado e alterado, com confusão mental, e tentou tirar a própria vida dentro da cela, conforme ofício da diretoria enviado ao juiz.

Decisão da Justiça

A decisão da Justiça, que pediu um hospital psiquiátrico para Izadora, foi publicada na última sexta-feira (26), pelo juiz Hermes Pereira Vidigal. No documento, ele falou que, como não existe manicômio judiciário em Goiás, cabe ao próprio Estado providenciar uma clínica ou hospital especializado em psiquiatria para internação da denunciada, até a realização do exame de sanidade mental.

No documento, o juiz citou ainda que havia a expectativa de que ela fosse para a Casa de Eurípedes, que é um hospital psiquiátrico, no entanto, a unidade “se recusou a recebê-la”. O g1 entrou em contato com o local, por ligação por volta de 16h desta quarta-feira, para saber o motivo da recusa e aguarda retorno desde a última atualização desta reportagem.

Com isso, o juiz deu um prazo de 48 horas para que a Secretaria Estadual de Saúde disponibilize um leito para Izadora, seja na rede pública de saúde ou conveniada, sob pena de multa diária de R$ 10 mil, limitada em R$ 200 mil.

Cena bárbara

No dia do crime, o pai das crianças disse à polícia que saiu para trabalhar pela manhã e estranhou quando voltou e encontrou o portão trancado. Logo depois, ele viu vestígios de sangue e achou as meninas em um colchão .

“O pai estranhou, porque ele sempre deixa o portão aberto. Ele chamou pela esposa, ninguém respondeu. Quando ele abriu, ele viu que tinha um colchão com cobertor na área da frente. Quando ele tirou o cobertor, ele viu que as duas filhas estavam mortas”, disse o delegado Daniel Moura.

A mãe das meninas foi achada com a ajuda de cães farejadores, por volta de 21h do dia 27 do mês passado, em um matagal próximo à casa. Segundo o delegado, ela tinha sinais de ferimentos que indicam que ela tentou suicídio. A prisão em flagrante foi feita, e ela foi levada para um hospital, onde ficou escoltada e teve alta na manhã de quarta-feira, quando prestou depoimento à polícia.

“Ela confessou o crime, o modo como ela matou as crianças. Segundo ela, de início, ela tentou dar veneno, mas como ela viu que não iria funcionar, ela levou as crianças para uma caixa d’água, que fica em frente à casa, e tentou eletrocutar as crianças com uma extensão ligada à rede elétrica. Como ela viu que não ia dar certo, ela desligou a extensão e foi lá na caixa d’água e afogou as crianças”, disse.

O delegado completou que ela pode responder por duplo homicídio qualificado, com aumento de pena pelo fato de as vítimas serem menores de 14 anos e serem filhas dela.

Se condenada, Daniel explicou que Izadora pode pegar até 100 anos de prisão. O crime chocou moradores de Edéia e, inclusive, os policiais que trabalharam no caso.

Fonte:G1

Check Also

Seu celular está espionando? Como testar se seu smartphone está ouvindo suas conversas

Você já se perguntou se seu celular está realmente ouvindo o que você diz? Especialistas …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *