Filho de Valério Luiz diz que relatos de testemunhas durante júri reforçam envolvimento dos réus no assassinato do radialista

O advogado Valério Luiz Filho, que trabalha como assistente de acusação no caso do pai, Valério Luiz, comentou nesta terça-feira (8) que os relatos das testemunhas durante o júri popular reforçam o envolvimento dos réus no assassinato do radialista. Os réus negam terem cometido o crime.

Para o advogado, um dos depoimentos mais importantes na segunda-feira (7), que foi o 1º dia de julgamento, foi o do delegado Hellyton Carvalho, responsável pelas investigações. No geral, Valério Filho avaliou que o primeiro dia de depoimentos foi bom.

“Ele mostrou toda a dinâmica dos fatos, como o crime foi organizado pelo Urbano e o Djalma, que eram os seguranças do acusado de ser o mandante, o Maurício Sampaio. Mostrou também as ligações entre ele e o Figueiredo, acusado de ser o autor dos disparos. Era o Urbano que estava na porta esperando meu pai para dar ‘o ok’ para o Figueiredo. Isso foi mostrado ali para os jurados”, destacou Valério.

Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, quando saía da rádio em que trabalhava, no dia 5 de julho de 2012. Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público (MP-GO), o crime foi motivado por críticas de Valério contra a diretoria do Atlético-GO, do qual Maurício Sampaio era vice-presidente à época.

Veja as denúncias contra cada réu:

  • Maurício Sampaio, apontado como mandante;
  • Urbano de Carvalho Malta, acusado de contratar o policial militar Ademá Figueiredo para cometer o homicídio contra o radialista;
  • Ademá Figueredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos que mataram Valério;
  • Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria ajudado os demais a planejar o homicídio do radialista;
  • Djalma Gomes da Silva, que teria ajudado no planejamento do assassinato e também atrapalhado as investigações.

Outros depoimentos importantes, segundo Valério, foram prestados por colegas de trabalho do pai, na época, e que eles relataram o clima de animosidade entre Maurício Sampaio e o radialista, que se desencadeou por causa de críticas contra a diretoria do Altético-GO, do qual Sampaio fazia parte.

Por fim, o advogado alegou que o conteúdo comprobatório que está nos autos foi mostrado a contento, e que nesta terça-feira vão ser ouvidas algumas testemunhas de defesa. “Esperamos que corra o mais rápido possível”, finalizou.

O advogado Ricardo Naves defende os réus Maurício Sampaio, Urbano, Ademá e Djalma. Ele disse que acredita na inocência dos clientes, que será provada durante o julgamento.

Para o advogado, várias pessoas poderiam ter algum tipo de motivação para cometer o crime que tirou a vida do radialista. “Todos nós sabemos que ele (Valério Luiz) era agressivo e ia no âmago da sensibilidade da pessoa, então é difícil saber”, pontuou.

Naves concluiu afirmando que a defesa dos réus tem elementos de convicção, que podem “eliminar a possibilidade de envolvimento de qualquer um deles no episódio”.

A defesa de Marcus Vinícius é feita pelo advogado Rogério Rodrigues de Paula, que acredita na absolvição do cliente. “Ele falará a verdade no interrogatório perante os jurados”, pontuou. O réu será interrogado por videoconferência, segundo o advogado, já que ele está morando em Portugal.

Todos os réus respondem em liberdade.

Fonte:G1

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