Livro de Lucas Fortuna, jornalista goiano assassinado em PE, é lançado dez anos após sua morte

O livro do jornalista goiano Lucas Fortuna foi lançado em Goiânia dez anos após sua morte, em Pernambuco. O caso foi julgado como latrocínio, mas a família sempre acreditou que o crime aconteceu por homofobia. Os dois acusados do crime, no entanto, foram condenados pelo crime de latrocínio. O jovem, que era ativista do movimento LGBT+, tinha 28 anos quando foi assassinado.

O livro Mulheres Daqui é o trabalho de conclusão de curso de Lucas no curso de jornalismo da Universidade Federal de Goiás. Orientador dele na época, o professor Juarez Maia contou que o projeto é uma forma de homenagear o jovem.

“O Lucas era muito ligado à faculdade, o trabalho foi considerado na época um bom TCC e na última sexta-feira (18) o crime completou dez anos, então essa é uma forma de homenageá-lo”, disse.

Mulheres Daqui conta a história de cinco mulheres de Santo Antônio de Goiás que se dedicam a trabalhos sociais e muitas vezes são discriminadas. Aplicando as técnicas de jornalismo literário, vai apresentando as personagens ao leitor de maneira envolvente.

O lançamento aconteceu na Faculdade de Informação e Comunicação da UFG na quinta-feira (17). O pai de Lucas, Avelino Mendes Fortuna, esteve presente, assim como amigos próximos.

“Foi um lançamento simples, mas um momento muito importante, emocionante. Ao invés de discursos, algumas pessoas leram trechos do livro”, completou o professor.

O texto foi mantido tal qual Lucas escreveu na época da faculdade, tendo passado apenas por revisão, além de elaboração de capa e ilustrações. Foram feitos 500 exemplares, que são vendidos na UFG.

Assassinato

Lucas foi achado morto no dia 18 de novembro de 2012 na praia de Calhetas, em Cabo de Santo Agostinho (PE). Ela tinha viajado para atuar como árbitro em uma competição de vôlei. O corpo dele foi encontrado só de cueca, com sinais de agressão.

O jornalista era ativista do movimento LGBT+ e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Santo Antônio de Goiás, onde morava com a família. Além disso, foi fundador do Grupo Colcha de Retalhos, que luta pela causa LGBT+ na UFG. Organizou diversas paradas gays na capital goiana e lutou pela aprovação do Projeto de Lei 122, que assegura a punição à homofobia no Brasil.

Familiares e amigos sempre acreditaram que o crime foi motivado pela orientação sexual de Lucas. Porém, durante o processo foi considerado que o caso se tratou de um assalto que terminou na morte da vítima.

“Não fiquei satisfeito pela forma como o inquérito foi conduzido, principalmente porque trataram o caso como latrocínio e não como um crime por homofobia. A forma como ele foi assassinado deixou isso claro. Meu filho teve o rosto destruído de tanto ser espancado e depois foi jogado no mar ainda vivo. Isso não foi um simples assalto”, disse o pai de Lucas na época do julgamento, em 2015.

Fonte:G1

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