O Rio de Janeiro recebeu 1,17 milhão de turistas, sendo 410 mil deles estrangeiros, durante a Olimpíada, disse nesta terça-feira (23) o prefeito Eduardo Paes. A área de hotelaria registrou ocupação de 94%.
O país que mais mandou turistas foi o Estados Unidos, seguido por Argentina e Alemanha. Cada estrangeiro gastou, em média, R$ 424,62 por dia na cidade. Entre os turistas brasileiros, 43% eram de São Paulo, seguidos pelos gaúchos e mineiros. Cada um gastou R$ 310,42 diariamente, em média.
O balanço foi divulgado na manhã desta terça, no Rio Media Center, na Cidade Nova, e contou com a presença do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário Municipal de Transporte, Rodrigo Vieira.
De acordo com a análise, a Olimpíada no Rio de Janeiro impactou positivamente a economia da cidade. O comércio aumentou em 70% na região da Zona Sul em comparação com o mês de agosto de anos anteriores. Na Barra da Tijuca, no Centro e na Zona Norte, as vendas aumentaram em 30%, com destaque para a região da Tijuca, cujo comércio aumentou em 45%. Em outros pontos da Zona Oeste, o aumento no comércio foi de 20%.
Ainda de acordo com a prefeitura do Rio, o fato das instalações serem móveis não interferiu na qualidade. “Isso não fez com que perdessemos a qualidade das instalações, já que registramos mais recoedes do que em Londres.”, garantiu Paes.
Ele ainda destacou que uma capital do país pode receber a piscina onde o nadador Michael Phelps foi campeão na Rio 2016. “É importante falar desse conceito de arquitetura nômade, ou seja, o estádio aquático será transformado em dois centros aquáticos. E temos uma novidade: já recebemos solicitações de três prefeitos de capitais pelo Brasil para que uma dessas piscinas seja doada para outra cidade. Eu acho que seria interessante. Como esse estádio foi pago pelo governo Federal, eu, com tranquilidade, abriria mão de uma das piscinas para a gente ter em uma outra capital brasileira a piscina na qual o Michael Phelps bateu tanto recorde e essa estrutura ir para outra capital brasiliera”, antecipou.
Olimpíada calou críticos, diz Paes
Segundo o prefeito, o Rio foi “capaz de calar” todos os seus críticos ao longo das competições. “Temos que agradecer o povo dessa cidade e do Brasil, que demonstrou uma grande capacidade de entrega. Sempre ouvimos que os cariocas e brasileiros são marcados pelo jeitinho. Mas essa Olímpiada também mostrou uma grande capacidade de organização”, afirmou Eduardo Paes.
O prefeito ainda criticou o que chamou de “alarmismo” da imprensa e de setores de Saúde do país e do exterior. “Foi mais seguro para não pegar zika ficar no Rio do que ir para Miami”, disse Paes.
O ministro Eliseu Padilha disse que o país superou muitos estereótipos que perduravam no exterior. Ele destacou o fato de que além de nenhum caso de zika ter sido registrado, não aconteceu nenhum caso de terrorismo durante o evento.
“O mundo viu a cara do Brasil por inteiro. Que superamos a questão da segurança, que foi um dos males propagados no exterior, com mais de 90% de aprovação da segurança. Mais do que em muitos países de onde eles vieram”, contou Padilha.
Paes disse também que a cidade já está se preparando para a Paralimpíada, que começará no dia 7 de setembro.
BOULEVARD OLÍMPICO
Os três live sites do Boulevard Olímpico – Porto Maravilha, Parque Madureira e Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande – atraíram mais de quatro milhões de pessoas com a transmissão de competições e agenda de eventos. O Boulevard da região Portuária ja pode ser considerado como o maior da história da Olimpíada.
Graças ao sucesso, a Prefeitura do Rio manter a atrações no local no período de recesso entre a Olimpíada e a Paralimpíada, de 22 de agosto a 6 de setembro. A Casa Brasil também continuará funcionando, de 14h às 20h, durante esse período.
TRANSPORTE
Com as medidas que pediram a população do Rio utilizasse o transporte público durante a Olimpíada, além de feriados secretaria durante o período, a Prefeitura do Rio afirma que o fluxo de veículos foi reduzido em 5,6% no seu volume diário. Cento e quatro vias foram bloqueadas nos dias críticos e 342 quilômetros de áreas públicas foram interditadas.
A Prefeitura afirma ainda que 4.342 multas foram distribuídas por invasão das faixas olímpicas. Cerca de 800 mil Riocards olímpicos foram vendidos e quatro milhões de viagens realizadas. O BRT transportou 11,7 milhões de passageiros e aproximadamente 2,2 milhões de pessoas usaram os serviços especiais para atender quem ia para as instalações olímpicas. O recorde de público no BRT foi registado dia 12 de agosto, quando 855 mil pessoas utilizaram o serviço convencional e o implantado para a Olimpíada.
O VLT levou 721.703 passageiros durante os jogos. De acordo com os administradores do transporte, 3.306 viagens foram feitas entre a Rodoviária Novo Rio e o Aeroporto Santos Dumont. O tempo médio de percurso foi de 36 minutos.
O Metrô Rio registrou durante a Olimpíada seu recorde histórico de passageiros, ao levar 1,121 milhão de pessoas no dia 17 de agosto. Durante o período, o transporte levou 13,9 milhões de passageiros nas 3 linhas. A concessionária também ultrapassou um milhão de usuários nos dias 12 de agosto, 15 de agosto, 16 de agosto e 19 de agosto.
Os trens da Supervia transportaram 10 milhões de passageiros. As estações que registraram a maior quantidade de passageiros foram a Central do Brasil (363.522 embarques), olímpica de Engenho de Dentro (359.086 embarques) e Vila Militar (164.369).
SAÚDE
Durante a Olimpíada, a Secretaria Municipal de Saúde realizou 8.681 atendimentos. Destes, 2.133 foram para turistas estrangeiros. Os países que mais requereram atendimentos foram os EUA, com 141 casos, 118 casos de atendimentos a argentinos e 69 deles para ingleses. As principais buscas foram por dores de cabeça, hipertensão arterial e sintomas de mal estar causados por resfriados.
ORDEM PÚBLICA
A Secretaria Municipal de Ordem Pública rebocou, ao longo do período olímpico, 2.062 veículos. Outros 3.850 carros foram autuados por estacionamento irregular. Cinco estacionamentos clandestinos foram interditados por não terem alvará para funcionar.
Os agentes da Seop apreenderam 26 mil itens como bebidas, roupas, acessórios e equipamentos eletrônicos comercializados irregularmente nas ruas. Cinquenta cambistas que comercialização ingressos irregularmente também foram levados para a delegacia. Outras 1.067 pessoas foram multadas em R$ 510 por urinar em vias públicas.
LIXO
Do dia 3 de agosto, início do revezamento da tocha olímpica na cidade do Rio, até o fim da cerimônia de encerramento dos Jogos, no dia 21 de agosto, a Comlurb removeu 2 mil toneladas de pico das principais instalações olímpicas da cidade e dos live sites do Boulevard Olímpico. A operação mobilizou 2.380 garis.
Somente no Parque Olímpico, por exemplo, foram removidas 500 toneladas de lixo, sendo 430 toneladas de lixo comum e 70 toneladas de lixo reciclável. O material reciclável foi entregue às cooperativas de catadores de Triagem, de Irajá e de Bangu.
Os três live sites do Boulevard Olímpico – no Porto Maravilha, no Parque Madureira e no Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande – geraram 230 toneladas de lixo. Foram 150 toneladas no Porto Maravilha, 35,5 toneladas no Parque Madureira e 44,5 toneladas em Campo Grande.
As equipes do programa Lixo Zero fiscalizaram os principais acessos às arenas olímpicas e os live sites. Durante a Olimpíada, 3.711 pessoas foram autuadas, sendo 694 delas turistas estrangeiros. Entre estes estrangeiros multados, a maior parte deles é da América do Sul, representados por 38%; outros 32% deles eram da Europa. EUA e Canadá são responsáveis por 12% dos multados, cada um. Entre os brasileiros, os mais multados foram os paulistas, mineiros e brasilienses.
Fonte: G1