Mais dois suspeitos de matar auditor fiscal e a mãe dele para roubá-los são presos

A Polícia Civil de Minas Gerais divulgou que prendeu dois jovens, de 19 e 20 anos, suspeitos da morte do auditor fiscal Carlos Alberto Barbosa, de 64 anos, e a mãe, Sebastiana Aparecida Barbosa, de 85, que foram dopados e assassinados em Goiânia. Segundo o delegado Carlos Fernandes, a dupla foi contratada para ir de MG até a capital goiana para ajudar no crime e ter acesso às contas bancárias das vítimas.

Os presos não tiveram as identidades divulgadas, por isso, o g1 não localizou a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

Os rapazes foram presos preventivamente em Uberlândia (MG), na última segunda-feira (13). Além das prisões, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na cidade onde a dupla estava escondida e também em Ituiutaba. O delegado disse que os rapazes chegaram a Goiânia no dia 18 de janeiro e, no dia seguinte, transportaram o corpo de Carlos Alberto até Ituiutaba, onde ele foi encontrado.

Segundo o delegado, a dupla confessou que participou do crime e que esteve em Goiânia. Após deixar o corpo de Carlos em Ituiutaba, os dois fugiram para Uberlândia, acreditando que não seriam pegos, conforme relato do investigador. A polícia detalhou ainda que localizou a roupa que os jovens usaram no dia do crime e apreendeu os aparelhos celulares.

Também foram presos suspeitos pelo crime: José Eterno de Andrade Filho, marido da sobrinha da idosa, a Luciene Teodoro de Andrade, e o filho dela, Eduardo José de Andrade. Segundo o delegado, a dupla tinha um amigo em comum com a família e, por isso, eles foram contratados. A família saiu de Minas Gerais, onde mora, para roubar os parentes em Goiânia, conforme apurado pela polícia.

“Assim, eles forçaram o filho [Carlos] a fornecer suas senhas bancárias, com o objetivo de levar a quantia de R$180 mil, mas a vítima resistiu”, esclareceu a polícia, em nota.

Diante da resistência, o trio resolveu levar todos os objetos e quantias em dinheiro que havia no apartamento das vítimas, dentre joias, dinheiro, roupas e até uma arma de fogo registrada.

Os suspeitos são

  • Luciene Soares Theodoro de Andrade, de 52 anos, sobrinha da Sebastiana. Ela é a pessoa que teria planejado o crime;
  • Eduardo José de Andrade, de 25 anos, aparece em vídeos de segurança ajudando a mãe (Luciene) a tirar os corpos das vítimas do apartamento em uma cadeira de rodas;
  • José Eterno de Andrade, de 59 anos, teria ajudado a esposa e o filho a cometer o crime;
  • Quarto suspeito: 19 anos, contratado pela família para ajudar na morte e no acesso à conta bancária de Carlos;
  • Quinto suspeito: 20 anos, contratado pela família para ajudar na morte e no acesso à conta bancária de Carlos.

Visita e assassinato

A polícia apurou que Carlos e Sebastiana acharam que os parentes fariam uma visita normal. Já no primeiro dia, eles começaram a dopar as vítimas com alta dosagem de calmantes.

Carlos foi o primeiro a ser levado para Minas Gerais, em 19 de janeiro. Lá, ele continou sendo dopado, segundo os suspeitos, mas ele morreu em razão dos remédios. Assim, os parentes queimaram o corpo e abandonaram em um canavial de Ituiutaba.

Em seguida, em 25 de janeiro, Sebastiana recebeu a notícia da morte do filho, entrou em grande sofrimento e morreu. O corpo da idosa estava sendo levado para Ituiutaba para ser queimado e abandonado. Mas os suspeitos sofreram um acidente na BR-153, em Goiás, e precisaram abandonar o corpo na estrada.

Prisão da família

Luciene e o filho Eduardo foram presos em Ituiutaba- MG, já José Eterno foi preso em Goiânia, no apartamento da idosa. No mesmo dia, a Justiça de Goiás decretou a prisão preventiva dos suspeitos.

Como o crime começou?

Vídeos de câmeras de segurança flagraram Sebastiana e Carlos recebendo os parentes no apartamento em Goiânia, no dia 15 de janeiro. Os familiares receberam o trio como uma visita qualquer, visto o grau de parentesco.

Com base nos depoimentos dos presos, a polícia informou que, já nos dias seguintes, José Eterno começou a colocar calmantes nas comidas de Carlos e de Sebastiana, para que eles ficassem dopados e sob o poder deles.

Segundo o delegado Rhaniel Almeida, o marido de Luciene disse que colocava os comprimidos na comida de Carlos (auditor), de forma oculta, até que um dia ele desmaiou, José Eterno deu voz de assalto e o amarrou em casa.

Como suspeitos foram descobertos?

O delegado contou ainda que os suspeitos que estavam no carro só foram identificados depois que eles se envolveram em um acidente na BR-153, e, com isso, se viram obrigados a “se livrar” do corpo.

“Eles não tinham intenção de desovar o corpo da idosa na BR. Eles estavam descendo no mesmo sentido onde o corpo de Carlos foi desovado, que seria um local mais ‘seguro’ , menos visível. Porém, eles sofreram um acidente, que saiu da pista, e se viram obrigados a tirar o corpo dela do carro porque sabiam da possibilidade de serem abordados pela polícia”, disse o delegado Rhaniel.

Após o acidente e do corpo ser encontrado, as polícias Civil e Militar começaram a ligar os pontos até descobrir que as pessoas que estavam no carro, Luciene e o filho, foram quem abandonaram o corpo da idosa no local.

“Foram feitas diligências, onde foi possível perceber a movimentação do veículo. Dessas averiguações iniciais, o policiais trocaram informações com a Polícia Civil e conseguiram chegar ao apartamento no centro de Goiânia”, conta o PM.

Ainda segundo a polícia, Luciene e Eduardo foram abordados pela PRF e tiveram o veículo apreendido por questões administrativas. Mas a Polícia Civil, que estava os monitorando, determinaram de imediato a prisão de mãe e filho.

Outro assassinato

A família também é investigada pela Polícia Civil de MG pelo assassinado de Renata Ferreira, de 50 anos, madrinha de Eduardo e cunhada de Luciene. Ela desapareceu em outubro do ano passado e a morte foi confirmada após a prisão dos suspeitos, que também confessaram o crime.

Segundo a Polícia Civil de Minas, Luciene era comadre de Renata e tinha escolhido a amiga para ser madrinha do filho Eduardo. Ela não tinha passagens anteriores pela polícia, mas também informou a história de que a família tinha uma grande dívida a quitar com agiota.A polícia ainda procura pelo corpo de Renata.

Fonte:G1

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