Após recursos, TJ determina que ajudante de pedreiro suspeito de matar menino afogado em lama deve ir a júri popular

Após vários recursos da defesa de Hian Alves Oliveira, réu por matar o menino Danilo Sousa Silva, que tinha 7 anos quando foi assassinado em Goiânia, o desembargador Leandro Crispim determinou que ele deve ir a júri popular. A defesa de Hian pode recorrer da decisão.

“Impende ressaltar que, por menor que seja a dúvida quanto à autoria delitiva , nesta fase, deve a matéria ser submetida ao Júri Popular, competente por disposição constitucional para avaliar o fato, o contexto e os demais elementos dos autos, e optar pela vertente que lhe parecer crível para proferir o julgamento do mérito”, entendeu o magistrado.

g1 não localizou a defesa de Hian Alves para se manifestar sobre o caso até a última atualização dessa reportagem.

No processo judicial, a defesa entrou com diversos recursos, como pedido de nulidade do processo, absolvição e embargos. A maioria foi negada.

Danilo desapareceu no dia 21 de julho de 2020, no Parque Santa Rita. Segundo a família, o menino brincava na porta de casa e disse à mãe que iria à casa da avó, mas nunca chegou lá. O corpo foi encontrado no dia 28 do mesmo mês, em uma mata fechada, a cerca de 100 metros de onde ele morava.

Mais de dois anos de processo

Na última decisão, publicada na quinta-feira (2), o desembargador Leandro Crispim analisou somente os indícios de autoria do crime e concluiu que Hian deve ser julgado pelo júri. A data ainda não foi marcada.

“No caso, a materialidade do crime de homicídio está demonstrada pelo laudo de exame cadavérico, que atesta: ‘morte por asfixia mecânica por afogamento'”, escreveu o magistrado.

Em juízo, seis testemunhas relataram que no dia em que Danilo desapareceu, por diversas vezas o réu se ausentou do seu local de trabalho para soltar pipa, inclusive, na mata onde o corpo da vítima foi encontrado seis dias depois.

Na primeira audiência, Hian admitiu que participou do crime, alegando que ajudou o padrasto do Danilo a levar o menino para o interior da mata e vigiar o local. Em seguida, por duas vezes, assumiu a autoria sozinho. O padrastro foi inocentado.

A polícia prendeu Hian em 31 de julho de 2020 e um juiz converteu a prisão em flagrante em preventiva. Ele está preso desde então.

Ao juiz que conduz o processo, Hian disse que matou o menino por ciúmes. Ele era vizinho da família de Danilo e morava com um pastor. Esse pastor, porém, ajudava os familiares do menino e deixava de ajudar a família dele.

Fonte:G1

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