Um grupo de 11 missionários goianos que foi até Morrumbala, distrito da província da Zambézia, em Moçambique, no continente africano, está ilhado após a passagem do ciclone Freddy. A forte tempestade deixou um rastro de destruição na África, com mortes e muitas pessoas desabrigadas e desalojadas.
Os religiosos da Igreja Impactados, de Goiânia, estão em missão desde o dia 7 de março e voltariam na terça-feira (11) para o Brasil, contudo, eles disseram que os aeroportos da região estão fechados.
O grupo conseguiu se alojar em uma pensão do distrito. No local não há energia elétrica, água potável e começa a faltar comida.
“Estamos ilhados aqui. Os rios transbordaram em volta da gente. Conseguimos um gerador para funcionar hoje [dia 13]. Estamos sem ter para onde ir, sem conseguir sair daqui e precisando de ajuda para voltar”, contou o pastor Rinaldo Silva.
Eles tentam voltar para a cidade de Quelimane, a maior cidade da província da Zambézia, para então retornar ao Brasil.
O Itamaraty, órgão que trabalha nas relações internacionais do Brasil, disse à TV Anhanguera que um setor técnico está analisando a situação dos missionários e que em breve vai apresentar uma reposta do que pode ser feito.
A tempestade surgiu em 6 de fevereiro na Austrália e já é considerado um fenômeno atípico, como o mais longo da história.
Suprimentos e comida
Rinaldo Silva, pastor e líder do grupo, conversou com o POPULAR e contou que a viagem com foco social e de compartilhamento dos ensinamentos religiosos investiu mais de R$ 300 mil em doações no local.
“Foram adquiridos equipamento de som, cadeiras, geradores de energia, moto… Fizemos poço artesiano e trouxemos remédios. Todos os dias estamos alimentando mais de 500 pessoas”, disse.
Pelas redes sociais, o pastor mostra a situação da província, que considerou ser uma catástrofe.
“São muitas casas destruídas e pessoas desabrigadas. Estamos sem eletricidade, comida, água… É uma situação difícil, terrível e de muita dor e sofrimento”, desabafou.
Rinaldo contou que a situação das pessoas ficou mais complicada após a tempestade. “Estamos distribuindo lonas e alimentação”.
Duradouro
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM) da Organização das Nações Unidas (ONU), o ciclone Freddy se tornou o mais duradouro da história do país.
Ele se formou entre a Austrália Ocidental e a Indonésia no início de fevereiro. A tempestade passou pelo sul do continente africano no dia 21, ao atingir Madagascar. A primeira chegada a Moçambique foi em 24 de fevereiro. Após cruzar o Canal de Moçambique por três vezes, Freddy assola o país pela segunda vez.
Os números de mortos ainda são imprecisos. O POPULAR enviou um e-mail para o governo de Moçambique com o pedido de informações sobre a quantidade e também ao Itamaraty sobre como o governo brasileiro irá ajudar o grupo a voltar.
Fonte:G1