Entenda projeto que propõe que Goiás forneça canabidiol de graça para tratar doenças

Um projeto de lei apresentado em fevereiro na Assembleia Legislativa (Alego) propõe que o governo estadual forneça de graça medicamentos à base de canabidiol para tratar diversas doenças. Um medicamento desses pode custar cerca de R$ 2 mil nas farmácias, e cada vez mais, médicos estão prescrevendo a cannabis para tratar doenças como câncer e autismo.

A matéria apresentada pelo deputado Lincoln Tejota (UB) foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e agora será discutida na Comissão de Saúde.

“A gente não está falando aqui a respeito de droga. A gente está falando de qualidade de vida das pessoas e não pode existir tabu. A forma correta é atraves de uma política pública, onde o paciente, principalmente de baixa renda, precisa ter acesso a esse medicamento para aliviar a sua dor”, defendeu Lincoln Tejota.

O projeto quer instituir a política estadual de fornecimento gratuito de medicamentos, fitofármacos e fitoterápicos prescritos à base da planta, que contenham a substância canabidiol e outras.

Para receber o medicamento, o paciente precisaria apresentar a prescrição médica com detalhes do tratamento e um laudo descrevendo o caso, a doença e a justificativa para o uso.

A distribuição seria feita em unidades de saúde pública estaduais e privadas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A importação dos medicamentos à base de cannabis começou no Brasil em 2015. Naquele ano, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a entrada de 850 remédios no país. De lá para cá, as importações dispararam.

No ano passado, o número de saltou para mais de 153 mil. Hoje, tem 25 produtos de cannabis sendo vendidos em farmácias no país, e uma pesquisa apontou que as prescrições em 2022 cresceram 487%.

Qualidade de vida

A historiadora Paulla Santos de Ávila já estava na faculdade quando foi diagnosticada com autismo, transtorno de déficit atenção e síndrome do pânico. Foi um professor médico que indicou a ela os medicamentos à base de canabbis. Desde que começou a usar o óleo, ela disse que ganhou muito em qualidade de vida.

“A questão da inquietação diminuiu bastante. No sono ajudou bastante. As crises de pânicos estão com intervalo maior. Teve época que eu tinha crise literalmente todo dia. Hoje, não tenho mais com essa frequência. Às vezes, consigo passar até uma semana sem ter”, explica a historiadora.

Mas quem depende dos remédios esbarra em um grande problema, o preço. Se na farmácia custa mais de R$ 2 mil, uma saída é importar o medicamento. Mesmo assim, muitas pessoas acabam buscando a Justiça para terem direito ao tratamento.

“Um vidro desse, se você for fazer a importação dele, sai em torno de R$ 1,3 mil com o frete”, explica Paulla Ávila.

O médico Diony Melo, especialista em cannabis medicinal, tem uma empresa farmacêutica nos Estados Unidos, que aguarda autorização da anvisa para trazer o remédio para o Brasil. Ele conta que pacientes tiveram uma melhora significativa da qualidade de vida depois que começaram o tratamento.

“Paciente meu com epilepsia, com 300 crises passou a ter 10. É essencial para epilepsia, sem dúvida alguma, mas a gente tem vários casos de Alzheimer em que o paciente melhora muito. Enxaqueca, fibromialgia, é uma quantidade mutio grande de patologias que a cannabis pode ajudar”, esclarece o médico.

Algumas associações conseguem remédios por um preço mais em conta. A Paulla Ávila, por exemplo, tem ajuda da Associação Goiana de Apoio e Pesquisa à cannabis medicinal, a Agape, que atende 120 famílias.

Fonte:G1

Check Also

Seu celular está espionando? Como testar se seu smartphone está ouvindo suas conversas

Você já se perguntou se seu celular está realmente ouvindo o que você diz? Especialistas …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *