Humilde, trabalhador e com o sonho de ser pai. Essas são características descritas pela família do trabalhador rural e agricultor Antônio Cândido Tavares, de 42 anos, que morreu após tomar uma garrafa de cachaça.
O g1 foi à pacata Santo Antônio do Rio Verde, a mais de 300 km de Goiânia, para conhecer a história do trabalhador. A equipe do g1 foi recebida pela agricultora Maria Jucieuda, de 45 anos, irmã de Antônio. Emocionada, a mulher contou que a família é natural do Ceará e veio para Goiás em busca de oportunidades.
“Todos nós viemos em busca de algo melhor, um serviço. Ele trabalhava e tinha muitos planos na vida, o sonho dele era ser pai, mas infelizmente Deus não deu a oportunidade”, desabafou.
Com o olhar triste e a voz embargada, Maria relembrou como era o irmão. A agricultora contou que ele morava em Catalão há 10 anos, mas mudou para Santo Antônio há dois meses, após o fim do casamento.
“Ele gostava da família, era meio duro, mas amava a família. Mandava mensagem todo dia ‘pra’ ver se tava tudo bem e se precisava de alguma coisa”, falou.
Para Maria, falar da morte do irmão é difícil, mas ela disse que prefere lembrar dos momentos bons ao lado dele.
“Era humilde, não tinha maldade com ninguém, era mais fácil apanhar dos outros, porque não tinha coragem de bater em ninguém, se você precisasse dele aqui, ele ajudava”, relembrou.
A morte
Maria contou que, diferente do que testemunhas falaram, o irmão ganharia uma caixa de cerveja caso tomasse toda a garrafa. O vídeo mostra que um cliente chegou a falar que Antônio poderia morrer.
Também no vídeo, após o trabalhador beber toda a cachaça, é possível ouvir pessoas falando “bebeu, ganhou, pode trazer a caixinha de cerveja”.
O dono do bar disse que o Antônio estava bastante embriagado e bebendo com amigos desde cedo. Quando saiu da área interna do bar, ele se deitou na calçada do estabelecimento e não se levantou mais.
Uma testemunha contou à PM que bebeu com o trabalhador durante o dia e tentou levantá-lo da calçada, mas percebeu que ele já estava morto. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e confirmou a morte.
Investigação
O caso foi registrado como morte natural. Por isso, de acordo com o delegado David Felício, não deve ser investigado, por enquanto.
A PM disse que orientou que os familiares acionassem o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), para o recolhimento do corpo, já que não havia evidência de crime.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Caldas Novas, mas a causa da morte ainda está sob investigação.
Fonte:G1