Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) passaram uma mensagem clara nos primeiros dias de julgamento dos réus pelo 8 de janeiro: estão punindo de forma rigorosa uma tentativa de golpe de Estado. Falta julgar apenas um dos quatro primeiros réus selecionados para passar o recado, e o restante dos processos deve ser repassado para julgamento nas duas turmas do tribunal, para desafogar o plenário principal, como o antecipou o portal G1.
Nesta segunda-feira (18), o mesmo portal destaca uma outra vantagem da mudança para os ministros. Como as sessões das Primeira e Segunda turmas do STF não são televisionadas, eles não precisariam se preocupar tanto com a repercussão do contraditório, que agitou a semana passada em Brasília.
Logo no primeiro julgamento, o desembargador aposentado Sebastião Coelho da Silva expôs os limites e contradições das denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e desabafou, dizendo que os ministros do STF são “as pessoas mais odiadas do país”.
Houve ainda uma advogada que chorou, dizendo se sentir impotente num caso que já parecia decidido, sem falar em Hery Waldir Kattwinkel, que atacou os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso e a literatura mundial, ao confundir O Príncipe com O Pequeno Príncipe.
Ainda falta julgar 232 réus acusados de crimes graves pela denúncia do MPF. Outros 1.113 acusados devem firmar acordo de não persecução penal com os procuradores. Segundo o G1, um ministro do STF classificou as turmas como um “ambiente de menor repercussão”.
O recado já foi dado e o tribunal não parece disposto a se desgastar mais do que o necessário ao fazê-lo.
Fonte: O antagonista