EUA Consideram Reconhecer Eleições Na Venezuela Se Cumpridos Padrões Mínimos

Brian Nichols, responsável pela América Latina no Departamento de Estado dos Estados Unidos, afirmou que ainda há tempo para que as eleições presidenciais na Venezuela sejam competitivas, destacando que seu país considerará reconhecer os resultados se forem atendidos padrões mínimos. Nichols fez essas declarações em entrevista à agência de notícias EFE antes de viajar para o Paraguai, onde participará da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Durante a entrevista, Nichols abordou diversos temas regionais, como a reforma judicial no México, a crise de segurança no Haiti e a recente visita de uma flotilha russa a Cuba.

Eleições na Venezuela

— Qual é a expectativa dos Estados Unidos para a Assembleia Geral da OEA?

— Será uma grande oportunidade para discutir temas fundamentais em nossa região, como desenvolvimento sustentável e defesa da democracia, além de focar em questões como o apoio ao Haiti e ao povo da Nicarágua.

— Aproveitará a Assembleia da OEA para buscar uma posição comum da região diante das próximas eleições na Venezuela?

— Nós mantemos comunicação periódica com nossos parceiros sobre a importância da democracia em nossa região. Esperamos eleições competitivas e que o povo venezuelano tenha a oportunidade de escolher seus próprios líderes.

— Você acredita que as eleições podem ser justas?

— Bem, acredito que podem ser competitivas. Obviamente, o campo está inclinado a favor de Maduro, mas ao observarmos o tamanho das manifestações da oposição, vemos muito entusiasmo e otimismo. Estaremos acompanhando de perto o processo e esperamos que a presença de observadores internacionais ajude a garantir maior transparência.

— O que os Estados Unidos consideram para reconhecer os resultados?

— A comunidade internacional examinará o processo para determinar se ele atende aos padrões ou não. Precisaremos ver como as coisas se desenrolam e discutiremos isso com nossos aliados ao redor do mundo, não será uma decisão unilateral dos Estados Unidos.

— Reconheceriam uma vitória de Nicolás Maduro?

— Dependerá das circunstâncias. Ainda há mais de um mês para as eleições e veremos o que acontece até lá.

Contribuição adicional para a missão no Haiti

— O desdobramento da missão de segurança liderada pelo Quênia em Haiti parecia iminente no mês passado. Por que o atraso?

— Estamos finalizando os preparativos. A equipe está pronta. Alguns passos finais precisam ser dados. Estamos animados com a posse de um novo primeiro-ministro no Haiti, além do Conselho Presidencial de Transição.

— Existe um cronograma para o desdobramento?

— Sim, mas por questões de segurança, não posso fornecer detalhes.

— Foi garantido financiamento internacional suficiente?

— Os Estados Unidos contribuíram com 300 milhões de dólares. Estamos fazendo uma contribuição significativa e esperamos que nossos aliados também contribuam.

Reforma judicial no México

— Claudia Sheinbaum acabou de vencer as eleições no México com uma grande margem. Vocês esperam alguma mudança na relação com o México?

— Acreditamos que nossa excelente relação com o México continuará sob a presidência de Sheinbaum. Ela tem um bom conhecimento dos Estados Unidos, trabalhou e viveu aqui, e foi uma excelente parceira como prefeita da Cidade do México.

— Sheinbaum apoia uma reforma judicial na qual os juízes da Suprema Corte seriam eleitos pelos cidadãos. Temem que isso afete a independência do Poder Judiciário?

— Este é um assunto que merece um debate transparente. É uma questão soberana do México e estaremos atentos ao desenvolvimento do processo. Obviamente, estamos interessados em garantir que os direitos dos investidores americanos sejam protegidos diante de qualquer mudança.

Flotilha russa em Cuba não surpreende

— Uma flotilha russa visitou o porto de Havana. A Rússia afirmou que a visita teve o efeito desejado de irritar os Estados Unidos. Qual é sua resposta?

— Levamos muito a sério a segurança no continente. Queremos manter uma região pacífica, democrática e próspera. A presença russa não contribui para nenhum desses objetivos. No entanto, isso não é novidade. Navios russos, e antes soviéticos, visitam Cuba há décadas, então não nos surpreende particularmente.

— A administração Biden aumentou a cooperação em segurança com Cuba. Vocês consideram retirar a ilha da lista de países que promovem o terrorismo?

— Há muitos anos, mesmo antes da administração Biden, temos tido fóruns e consultas com Cuba sobre áreas de interesse mútuo, como migração. Dito isso, no momento não estamos considerando nenhuma mudança na lista.

Fonte: Gazeta Brasil

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