O Brasil registrou uma saída histórica de dólares pela via financeira entre janeiro e outubro deste ano. O saldo líquido negativo atingiu US$ 56,21 bilhões, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira. Esse resultado é o pior desde o início da série histórica, em 1982.
Antes deste ano, o pior desempenho havia ocorrido em 2020, quando o saldo negativo foi de US$ 55,36 bilhões. O fluxo financeiro, que considera as entradas e saídas de dólares no mercado de capitais, inclui operações como a compra de títulos e remessas de lucros ao exterior.
Segundo Fernando Rocha, chefe do departamento de estatísticas do Banco Central, a principal razão para o saldo negativo recorde é a queda na entrada de capital estrangeiro pelo mercado de câmbio doméstico. “Observamos uma redução significativa nos investimentos estrangeiros, como investimentos diretos, ações, renda fixa, empréstimos e outros, que passaram de US$ 54,8 bilhões de janeiro a outubro de 2023 para US$ 31 bilhões neste ano”, explicou.
Rocha também destacou que é esperado um envio considerável de recursos ao exterior nos últimos meses de 2024, o que pode levar o fluxo financeiro a atingir a maior saída de dólares da história. O recorde anterior foi de US$ 65,8 bilhões, registrado em 2019.
De acordo com Rocha, as empresas subsidiárias frequentemente enviam lucros para suas matrizes no exterior no fim do ano, prática observada em dezembro nos últimos anos. “Esperamos que esse movimento se repita também em dezembro deste ano”, concluiu.
Fonte: Gazeta Brasil