Cicatrizes, cortes, queimaduras… adolescentes e adultos que se mutilam intencionalmente. A automutilação é muitas vezes subestimada. O porquê desta necessidade?
São muitos e variados os meios que podem ser usados na automutilação: lâminas de barbear ou facas, x-atos, queimaduras, tesouras, mordidas… Longe da vista dos outros, no refúgio do quarto ou de uma casa de banho. Estas lesões praticadas repetidamente não têm a intenção de chamar a atenção, representam antes uma forma de controlar as emoções, ansiedades, raiva, sensação de vazio… uma expressão de grande mal-estar interno, como forma de aliviar fisicamente a dor que é psicológica e emocional.
A grande maioria dos casos de automutilação observa-se na fase da adolescência (etapa de grandes alterações a todos os níveis), pelo que é mais uma razão para os pais estarem muito atentos à expressão emocional dos filhos nesta fase complicada, prevenindo que as intolerantes dores sentimentais e conflitos do quotidiano se silenciem com autoagressões.
Muitas são as causas que poderão estar na origem ou associadas a este comportamento autodestrutivo: problemas emocionais, depressão, ansiedade,1 perturbação bipolar, perturbações de personalidade, perturbações de comportamento alimentar, entre outras. Em alguns casos, a automutilação pode ser a tradução de problemas mais graves. Os pais que descobrem este problema não devem hesitar em procurar auxílio junto de um técnico de saúde (psicólogo ou psiquiatra), para que ajude o filho a compreender as razões do seu comportamento e a reconciliar-se com o corpo, limitando os danos possíveis.
O acompanhamento por um profissional de saúde é essencial para ajudar estes jovens a darem nome às suas emoções, a identificarem formas saudáveis e adequadas de lidar com os seus problemas e angústias, a aumentarem a autoestima e aprenderem a gostar de si mesmos.
Em termos familiares é também fundamental repensar o que poderá estar a acontecer. Muitas vezes este comportamento denota algumas carências (na família, amigos e outros grupos de referência) que deverão ser analisadas. É essencial restaurar o diálogo de forma a poder ouvir este grito de socorro do seu filho.
Fonte: Oficina de psicologia