Na semana passada, o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, deu uma entrevista indicando que o inquérito que investiga o presidente Temer pode ser arquivado. Segovia disse que, na opinião dele, as investigações não confirmaram pagamento de propina pela empresa Rodrimar.
As declarações provocaram críticas de políticos e associações de classe da PF. Apesar do que disse Segovia, os investigadores garantem que o inquérito contra Temer continua avançando.
Recentemente, delegados pediram ao ministro do Supremo Marco Aurélio de Mello acesso a um outro inquérito que investigou o pagamento de propina no porto de Santos, mas foi arquivado em 2011 por falta de indícios.
No ofício encaminhado ao STF, no dia 19 dezembro, o delegado Cleyber Malta Lopes diz que “a obtenção e análise das informações dos autos, com possível envolvimento de alguns dos personagens aqui investigados, são importantes para a investigação atual”.
Os investigadores suspeitam que MT pode ser uma referência a Michel Temer. Ao lado do nome da Rodrimar, por exemplo, as iniciais MT são seguidas de valores: R$ 300 mil e mais R$ 200 mil para campanha.
Delegados afirmam que o inquérito antigo aponta um caminho que pode ser promissor para a atual investigação: as mesmas pessoas investigadas agora, como o presidente Temer, também foram alvo do inquérito anterior. Os investigadores querem saber se as empresas que atuam no porto de Santos pagaram propina naquela época, e se continuaram pagando ao longo do tempo. Segundo eles, alguns esquemas de corrupção podem durar muitos anos.
Nesta quarta-feira (14), Fernando Segovia se reuniu com presidentes de duas associações de delegados da Polícia Federal, a Fenadepol e a ADPF. Segovia disse a eles que foi mal interpretado na entrevista, massa pode ter se excedido nas palavras.
O diretor-geral está sob forte pressão de outras associações da categoria e da oposição.
No início da noite, o senador Randolfe Rodrigues, da Rede, pediu na Justiça o afastamento de Segovia da direção da PF.
Como o inquérito antigo foi arquivado, não há investigação referente a este caso contra qualquer um dos citados. A Rodrimar declarou que nunca recebeu qualquer privilégio do poder público. O Palácio do Planalto não quis comentar. O JN não conseguiu contato com a defesa do Coronel Lima.
Fonte: http://g1.globo.com