A PF e o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro prenderam, na manhã desta sexta-feira (23), o presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz, em um desdobramento da Operação Lava Jato. Entre os desvios investigados, está a contratação de funcionários fantasmas com dinheiro destinado ao Sesc e ao Senac. Outras três pessoas são alvos de mandados de prisão.
Os investigadores apuram indícios de que Diniz usou o esquema de lavagem montado pela organização criminosa do ex-governador Sérgio Cabral para lavar dinheiro. De acordo com o Ministério Público, Diniz teria utilizado Álvaro Novis, mesmo doleiro da organização criminosa de Cabral, para movimentar quantias de origem ilícita.
Segundo a investigação, as contratações fantasmas foram feitas a pedido de Cabral, auxiliando o ex-governador a aumentar a propina que era regularmente distribuída aos seus operadores mais próximos e seus parentes, num esquema que movimentou mais de R$ 7,5 milhões.
Além de presidente Fecomércio-RJ, Diniz também é presidente afastado do Sesc-Rio. Ele foi afastado do comando do Sesc em dezembro pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suspeita de irregularidades no comando dessa entidade.
A Fecomércio também era contratante do escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral. A suspeita é a de que Cabral tomava medidas para ajudar a entidade de classe do comércio. A Lava Jato tem indícios de que, mesmo afastado do “Sistema S”, Orlando usava sua influência para atrapalhar a gestão do atual interventor. Os principais alvos estão relacionados à federação.
Diniz teria utilizado o cargo de presidente do órgão para utilizar verba pública federal obtida a partir de convênio de repasse de verbas com o Sesc/Senac para pagar cerca de R$ 20 milhões em dois anos ao escritório de Adriana Ancelmo.
Fonte: G1