A pequenez diplomática brasileira

No maior ataque terrorista contra Israel, o Brasil voltou a expor sua pequenez diplomática ao mundo e se colocar do lado errado do mundo, diz Crusoé.

“A primeira manifestação oficial brasileira foi um tuíte de Lula na rede X. O presidente falou em terrorismo, mas não citou o Hamas. ‘Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas. Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas’, escreveu Lula. O problema veio em seguida, quando Lula buscou uma explicação para o que acabara de acontecer. O presidente pediu a retomada imediata de ‘negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados’. A culpa, portanto, seria da falha nas negociações ou do subdesenvolvimento de Gaza, sem levar em conta que o Hamas é que deveria ser apontado como o responsável por essas duas coisas.”

“Outro tuíte de Lula, na quarta, 11, cometeu outros deslizes. Na segunda mensagem sobre o ocorrido, o presidente citou o Hamas, mas foi incapaz de colocar a palavra ‘terrorista” na mesma frase. Na sequência, forçou uma equivalência entre o Estado israelense, eleito pela população e cobrado por ela, e o grupo selvagem, que não segue nenhuma lei. ‘É preciso que o Hamas liberte as crianças israelenses que foram sequestradas de suas famílias. É preciso que Israel cesse o bombardeio para que as crianças palestinas e suas mães deixem a Faixa de Gaza através da fronteira com o Egito. É preciso que haja um mínimo de humanidade na insanidade da guerra’.”

“As notas publicadas pelo Itamaraty seguiram a linha do presidente. Os textos publicados falaram em atentado, mas não incluíram a palavra terrorista. Na mensagem de pesar pela morte do brasileiro Ranani Glazer, que estava na rave, o título trazia a palavra ‘falecimento’, em vez de ‘assassinato’. As críticas foram inúmeras. Na rede X, usuários acrescentaram informações à nota oficial, com a frase ‘Ranani Glazer foi assassinado pelo grupo terrorista Hamas’. A frase — simples, cristalina, óbvia — não saiu em momento algum dos textos redigidos pelos diplomatas de Brasília.”

Fonte: O antagonista

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