A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) notificou 48 órgãos do governo federal sobre o risco iminente de ataques a prédios públicos em Brasília, que acabaram sendo concretizados no último domingo (8). Um dos avisos, distribuído no sábado (7), véspera do ocorrido, foi divulgado pelo jornal Folha de São Paulo nesta terça-feira (10).
De acordo com o veículo, os alertas foram distribuídos para todos os integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), rede que une órgãos em 16 ministérios diversos. No aviso revelado pela Folha é dito que “mantêm-se convocações para ações violentas e tentativas de ocupações de prédios públicos” e há um alerta para o aumento do fretamento de ônibus para Brasília.
Conforme a ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres], houve aumento do número de fretamentos de ônibus com destino a Brasília para este final de semana. Há um total de 105 ônibus, com cerca de 3,9 mil passageiros (…). Mantêm-se convocações para ações violentas e tentativas de ocupações de prédios públicos, principalmente na Esplanada – aponta o documento.
O prévio conhecimento de integrantes do governo sobre o risco da realização de ataques aos prédios públicos já tinha sido citado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), que, na última segunda (9), afirmou que o ministro da Justiça, Flávio Dino, teria sido informado sobre os atos que aconteceram em Brasília.
– Ministro da Justiça foi informado dos ataques, um dia antes. No momento que iniciou, ele foi até a janela do ministério, olhou e não tomou nenhuma providência. Já comecei [a] encontrar provas [de] que o presidente Lula também teve conhecimento do que iria acontecer e não fez nada – escreveu o senador no Twitter.
Por causa dessa informação, o senador enviou um ofício ao ministro requerendo explicações sobre quais teriam sido as medidas adotadas após o Ministério da Justiça e Segurança Pública tomar conhecimento dos alertas a respeito do risco iminente de ataques aos prédios localizados na Praça dos Três Poderes.
No ofício, o senador indagou Flávio Dino sobre quais teriam sido os órgãos do Ministério da Justiça que foram acionados “para estruturar uma resposta mais efetiva” aos atos realizados em Brasília e para promover uma ação coordenada entre as forças de segurança.
Além disso, o parlamentar questionou o ministro sobre quais ações teriam sido adotadas pela pasta em conjunto com o Ministério da Defesa, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal para prevenir e conter as ações que resultaram em danos aos prédios públicos.