O setor do agronegócio ficará com 17% do crédito novo anunciado até agora pelos bancos públicos como medida de socorro contra a crise do coronavírus, que totalizará R$ 30 bilhões. Nesse cenário, a maior fatia desse “socorro” vai ficar para as empresas, que terão acesso a R$ 88 bilhões (49,4%), sendo que R$ 30 bilhões estão disponíveis para compra de carteiras de bancos pequenos e médios, R$ 24 bilhões (13,4%) para pessoas físicas e R$ 6 bilhões (3,4%) para hospitais, estados e municípios.
Além disso, o agronegócio tem acesso a linhas de crédito com condições diferentes, já que tem características específicas e prazos vinculados às safras. No entanto, não existe nenhum impedimento para captações em condições normais, o que não costuma ser vantajoso, segundo os especialistas.
De acordo com o superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Bruno Lucchi, ainda é cedo para estimar os impactos da crise, mas os cortes nas projeções de avanço da economia mundial e do Brasil vão atingir o setor. Além disso, algumas áreas sentirão os efeitos com maior intensidade, como os produtores de flores, que verão suas vendas desabarem sem o movimento das datas comemorativas, e de frutos do mar, que perdem grande parte das vendas com o fechamento de restaurantes.
“Em algumas, só prorrogar parcelas. Outros setores precisam de mais crédito. É preciso ações para alguns setores terem fôlego e aguentarem o período sem vendas. O produtor vai continuar produzindo. Vamos trabalhar com o governo para que tudo chegue ao consumidor”, conclui o superintendente.
Fonte: Agrolink