Após quatro adiamentos, os acusados de matar o radialista Valério Luiz devem ser julgados em Goiânia nesta segunda-feira (7). Na última tentativa, em 14 de junho desse ano, o júri popular foi dissolvido (entenda abaixo) porque um jurado passou mal e saiu do hotel em que estava isolado para tomar remédio.
Os acusados de matar o radialista são: Maurício Borges Sampaio, Urbano de Carvalho Malta, Ademá Figueiredo Aguiar Filho, Marcus Vinícius Pereira Xavier e Djalma Gomes da Silva (veja o perfil de cada um).
Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, quando saía da rádio em que trabalhava, em 5 de julho de 2012. Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, à época, o assassinato foi motivado pelas críticas constantes de Valério Luiz ao Atlético-GO, time que Maurício Sampaio era vice-presidente.
Adiamentos
- 23 de junho de 2020: O júri foi adiado pela primeira vez em razão da pandemia de Covid-19. A suspensão de todos os julgamentos foi uma determinação do Conselho Nacional de Justiça.
- 14 de março de 2022: O advogado que defendia Maurício Sampaio deixou o caso. Com isso, foi necessário adiar o julgamento para que um novo defensor fosse nomeado e tomasse conhecimento do caso.
- 2 de maio de 2022: Os advogados de Maurício Sampaio abandonaram o plenário alegando que o juiz Lourival Machado não era imparcial para presidir a sessão. Os recursos apresentados sobre esse fato foram todos negados.
- 14 de junho de 2022: Um jurado passou mal no segundo dia de julgamento e, com isso, o júri foi dissolvido.
O Tribunal de Justiça de Goiás explicou que dissolver o júri significa que o julgamento foi encerrado sem resultado, devido a algum problema. Com isso, o novo julgamento deve acontecer desde a fase inicial, escolhendo novos jurados e ouvindo novamente todas as testemunhas.
Um dos 7 jurados se sentiu mal e resolveu sair do isolamento do hotel em que estava para ir em casa tomar um remédio por conta própria. Essa saída do hotel é proibida porque ele não pode ter contato com ninguém que não seja do júri e isso quebra a isenção do membro do júri.
O promotor do Ministério Público Sebastião Marcos Martins explicou que quando os jurados são sorteados, eles precisam ficar isolados e sem comunicação, não tendo acesso a televisão, celular e computador, por exemplo.
Caso isso não aconteça, é necessário anular todo o julgamento e determinar uma nova sessão, com novos jurados, pois não há como substituir um dos integrantes do conselho de sentença.
Veja as acusações:
- Maurício Sampaio, apontado como mandante;
- Urbano de Carvalho Malta, acusado de contratar o policial militar Ademá Figueiredo para cometer o homicídio contra o radialista;
- Ademá Figueiredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos que mataram Valério;
- Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria ajudado os demais a planejar o homicídio do radialista;
- Djalma Gomes da Silva, que teria ajudado no planejamento do assassinato e também atrapalhado as investigações.
Fonte:G1