O açougueiro Amilton Bento Correa, de 34 anos, espera há quase três anos por uma cirurgia no braço, após sofrer um acidente de moto em Itaberaí, na região central de Goiás. Sem condições de pagar pelo procedimento, o jovem teme que a demora impossibilite a recuperação dos movimentos. Além disso, ele sofre com uma dor insuportável.
“Sinto o braço queimando, é uma dor dentro do braço que não tem explicação. Tomo 13 compridos por tia, mas só alivia. Preciso da cirurgia com urgência para tentar, ao menos, conseguir ficar sem tipoia”, disse o homem.
O acidente aconteceu na noite de 7 de setembro de 2015, na Avenida Goiás, em Itaberaí. O jovem conta que ficou 29 dias em coma e, por isso, não se lembra do que aconteceu. No entanto, um laudo aponta que ele bateu a moto que pilotava na traseira de um caminhão.
Amilton duvida das circunstâncias do acidente apontadas no documento. O motivo é que a moto dele ficou apenas com arranhões nas laterais e não quebrou o farol. No entanto, não teve como fazer nova perícia.
Luta por cirurgia
Após o acidente, Amilton foi levado para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia. Ele ficou 59 dias na unidade, sendo 29 em coma.
De acordo com Amilton, ele perdeu o nervo do braço direito e, assim, não consegue movimentá-lo. Ele também precisa mantê-lo em uma tipoia ou segurá-lo com a mão esquerda.
“Meu braço está emendado no meu corpo pelo couro e as veias. Os nervos estão todos arrebentados. Antes tinha 43 centímetros de circunferência, hoje não mede nem 30”, afirma o açougueiro.
Conforme o paciente, um médico lhe informou que a cirurgia para enxerto no braço deveria ser feita em um prazo de até seis meses após a cirurgia. No entanto, quase três anos depois, ele ainda não tem previsão de quando será operado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), onde faz acompanhamento.
Um laudo da unidade de saúde aponta que Amilton tem “monoplegia flácida no braço por lesão de plexo braquial” e “dor neuropática crônica de difícil tratamento”. Conforme os documentos, ele aguarda cirurgia de drezotomia, para aliviar a dor, e por microcirurgia de plexo braquial com microenxertia no braço.
O HC informou, em nota, que Amilton tem diagnóstico definido, mas não pode afirmar qual é, tendo em vista o Código de Ética Médica. No entanto, explicou que o paciente é “acompanhado regularmente no HC-UFG, pelas equipes de Ortopedia e Neurocirurgia, com consultas, exames e todo o suporte necessário ao seu tratamento”.
Fonte: G1