O bispo afastado de Formosa, dom José Ronaldo Ribeiro, listou o Papa Francisco, o núncio apostólico no Brasil, Giovanni D’Aniello, e o cardeal Dom João Braz de Aviz entre as 31 testemunhas de defesa no processo que investiga o desvio de mais de R$ 2 milhões em dízimos da Diocese de Formosa. O advogado dele, Lucas Rivas, disse que as escolhas foram técnicas. Ele defende a inocência do padre.
Além dele, outras dez pessoas — incluindo o juiz eclesiástico Tiago Wenceslau, o vigário-geral Epitacio Cardozo e mais três padres — estão entre os acusados de participar do esquema. O Ministério Público apurou que eles usaram o dinheiro para comprar uma fazenda de gado, uma casa lotérica e carros de luxo.
“Ficou bem evidente desde a busca da soltura dos religiosos por meio de habeas corpus, que a estratégia dos acusados é adiar o máximo que puderem o julgamento do caso, de forma a se beneficiarem do transcurso do tempo, que virá acompanhado de um pretendido esquecimento e da prescrição”, disse o promotor responsável pelo caso, Douglas Chegury.
À reportagem, a assessoria do “interventor” nomeado pelo Papa após o escândalo, Dom Paulo Mendes Peixoto, disse que ele está escrevendo um parecer, juntamente com outros responsáveis, para enviar para a Santa Sé e, a partir deste documento, a Igreja tomará as devidas medidas. Ainda não há nada definido.
Desde a soltura, Dom José Ronaldo está ficando na casa episcopal (casa do bispo da Diocese), porém não está exercendo nenhuma função administrativa.
Fonte: G1