Bolsonaro: Janaina Paschoal tende a recusar vice

Jair Bolsonaro acredita que vai ter de buscar um Plano D para seu vice na chapa presidencial. Depois de não conseguir acertar com Magno Malta (PR-ES) e o general Augusto Heleno (PRP), o pré-candidato à Presidência enxerga grandes chances de que a advogada Janaina Paschoal (PSL) não aceite o convite para ingressar na chapa presidencial.

Bolsonaro acredita que Janaina decidirá pela candidatura a deputada estadual por São Paulo. “A minha opinião é que, por questão familiar, ela deve ser candidata a deputada estadual, que sempre foi a primeira opção dela”, disse Bolsonaro a VEJA na noite desta segunda-feira.

Ainda assim, o deputado minimiza a situação de isolamento até aqui. “A gente vai ficar com quatro vices. Todo mundo que já foi cogitado ser vice nosso continua do nosso lado”, afirmou ele.

Apesar de Bolsonaro dizer que a família seria a principal razão para Janaina recusar o convite, a postura da advogada tem causado mal-estar entre apoiadores mais puristas de Bolsonaro. Eles desaprovaram o convite a Janaina, dentre outras coisas, porque ela não adere totalmente ao ideário do candidato (a advogada é contra a redução da maioridade penal, por exemplo). O discurso dela na convenção, cujo tom foi de reprimenda ao “pensamento único”, não contribuiu para aumentar a simpatia dela no grupo pró-Bolsonaro.

Influente na campanha de Bolsonaro e nome popular em movimentos conservadores, o filósofo Olavo de Carvalho disse nesta segunda-feira que Janaina não pode ser vice “nem de clube de futebol”.  Para Olavo, Janaina “vendeu (ou deu de graça) o movimento popular de 2015 aos tucanos” e agora “quer fazer o mesmo com a candidatura Bolsonaro”.

Janaina foi coautora do pedido de impeachment que derrubou Dilma Rousseff em 2015, ao lado do jurista (e ex-petista) Hélio Bicudo.

Em entrevista à rádio Jovem Pan na manhã desta segunda, Janaina demonstrou incômodo com o que considera o risco do pensamento único na campanha do deputado. “Eu percebi muito assim: ‘Olha, ou você concorda comigo ou vai embora, ou concorda comigo ou vota em outro’. Isso aí é perigoso”, disse ela, em referência aos discursos que ouviu na convenção do partido neste domingo. “Eu não vou entrar num ambiente em que esse pensamento seja dominante”, complementou.

À Jovem Pan, ela admitiu que a família pesa na decisão, mas ressaltou que a liberdade de ideias é essencial. Janaina e Bolsonaro se encontraram pela primeira vez neste domingo. As conversas dela com o partido se deram por meio de Gustavo Bebianno, presidente da legenda.

Alternativas 

Se a resposta de Janaína for negativa, Bolsonaro ao menos terá duas opções imediatas: o presidente licenciado do PSL, o empresário e ex-deputado Luciano Bivar, e o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), presidente do diretório mineiro do partido. Pelo menos no caso do deputado, a resposta afirmativa é garantida: nesta segunda, Antônio disse a VEJA que já foi consultado por Bolsonaro e respondeu que aceitaria o convite.

Fonte: msn.com

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