O ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, teria mandado, no último dia 8 de julho, um recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de que não haverá eleições em 2022 se não houver voto impresso e auditável.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o recado foi dado por meio de um interlocutor ao presidente da Câmara. Ao dar o aviso, porém, Braga Netto estaria acompanhado de chefes militares das Forças Armadas.
Ainda de acordo com o jornal, o mandatário do país contemporizou e disse respeitar a Constituição. Lira, no entanto, destacou que o emissário foi claro ao dar o aviso do general.
Uma fonte ligada ao ministro da Defesa negou, em conversa reservada com o Metrópoles, que o fato tenha ocorrido. “Interlocutor? Não se manda recado neste nível. E não é postura de uma autoridade”, disse.
O titular do Palácio do Planalto tem colocado o voto impresso como condição para legitimar o sistema eleitoral. As ameaças se intensificaram ao longo das últimas semanas.
Nessa segunda-feira (19/7), contudo, Bolsonaro afirmou que não acredita mais que a PEC do voto impresso será aprovada pela Câmara dos Deputados.
Na semana passada, para evitar uma derrota, a base do governo na Câmara conseguiu adiar a votação do parecer do relator da proposta, deputado Filipe Barros (PSL-SP).
O presidente da comissão, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), convocou nova reunião para 5 de agosto, após o recesso parlamentar. Numa manobra regimental, Martins argumentou que Barros pediu mais tempo para fazer modificações no texto a pedido de outros deputados da comissão.