A Brasil Foods (BRF), maior produtora de frango do mundo, deu férias coletivas para 2,3 mil funcionários, a partir desta segunda-feira (14), na unidade de Rio Verde, na região sudoeste de Goiás. A medida havia sido anunciada em abril, após decisão da União Europeia de proibir 12 frigoríficos da empresa de exportar para a região.
Segundo comunicado enviado à TV Anhanguera, as férias coletivas ocorrem de forma intercalada, por turno de serviço. A dispensa afeta os funcionários da linha de abate de aves.
“A medida será aplicada em momentos distintos, já que a referida linha opera com três turnos. Portanto, as férias serão intercaladas, ou seja, enquanto dois turnos estiverem operando, um estará em férias”, diz o comunicado divulgado pela assessoria de imprensa.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou que a situação “segue inalterada por parte das autoridades sanitárias europeias (governo)” e que a União Européia “não está comprando carne das unidades da BRF.”
Além de Rio Verde, a empresa colocou funcionários de outros três frigoríficos em férias coletivas: Capinzal (SC), Carambeí (PR) e Toledo (PR).
Dona das marcas Sadia e Perdigão, a BRF é a maior exportadora de carne de frango do mundo, com vendas em cerca de 150 países. Possui mais de 50 fábricas em oito países e cerca de 100 mil funcionários.
Anúncio das férias coletivas
A empresa anunciou as férias coletivas no dia 4 de abril, como uma forma de ajustar a produção da BRF “diante da nova realidade”.
“Diante desta nova realidade, a BRF iniciará a revisão de seu planejamento de produção, que já considera o regime de férias coletivas em quatro de suas unidades: Capinzal (SC), Rio Verde (GO), Carambeí (PR) e Toledo (PR). Ainda é prematuro prever o impacto dessa revisão, dada a complexidade da cadeia produtiva na qual a BRF está inserida”, disse a empresa em nota à imprensa.
Em comunicado posterior, a companhia informou que já tinha ajustes previstos nas unidades de Mineiros (GO), Capinzal (SC), Rio Verde (GO) e Carambeí (PR) diante da suspensão temporária da exportação determinada em março pelo Ministério da Agricultura. A unidade de Toledo teve férias coletivas anunciadas devido às medidas da UE.
Comércio com a União Europeia
Em meados de março, o Ministério da Agricultura interrompeu temporariamente a produção e certificação sanitária de 10 unidades da BRF que exportam do Brasil para a União Europeia, após a empresa ter sido alvo de uma nova fase da operação Carne Fraca da Polícia Federal.
O impacto da liberação na retomada das exportações dessas unidades, entretanto, é incerto, uma vez que a União Europeia planejava bloquear as exportações de unidades exportadoras da BRF e de outras plantas brasileiras para o bloco comercial, segundo disse na véspera o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
Antes mesmo da confirmação das restrições, Maggi anunciou na véspera que recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o movimento da União Europeia.
Segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luís Rangel, “com o sinal da UE para deslistamento (exclusão da lista das plantas autorizadas) desses abatedouros, e não tendo motivos técnicos para manter a suspensão, levantamos a medida”.
No dia 18 de abril, o governo brasileiro suspendeu o auto embargo que havia imposto a unidades frigoríficas da BRF e liberou a produção e certificação sanitária de fábricas da empresa que exportam produtos de aves do Brasil para União Europeia, de acordo com despacho do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Fonte: G1