ma câmera que ficava suspensa em cabos de aço despencou no Parque Olímpico na tarde desta segunda-feira (15). Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas, segundo as primeiras informações. Umas das feridas é uma criança de 11 anos. Segundo testemunhas, elas foram atingidas pelo cabo da câmera. No momento do acidente, havia vento no Parque Olímpico. Segundo o Inmet, às 15h houve registro de rajada forte (53,6 km/h) em Marambaia, também na Zona Oeste.
O acidente foi perto da Arena Carioca 1, que recebe partidas de basquete. Os feridos foram levadas por membros da Força Nacional, inicialmente para um posto médico no próprio Parque Olímpíco. Às 15h30, as vítimas começaram a ser transferidas para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Imagens mostram o momento da queda do equipamento (veja acima), que é de responsabilidade da empresa Olympic Broadcasting Service (OBS), que pertence ao Comitê Olímpico Internacional (COI). A empresa ainda não se posicionou sobre o caso. As câmeras suspensas fazem imagens em todas as arenas da Olimpíada.
Antes de o equipamento despencar totalmente, parte da área já havia sido isolada porque o cabo de aço tinha sido rompido mais cedo. Segundo a equipe de reportagem da Globo, representantes da OBS haviam descartado o risco de queda mesmo após a ruptura do cabo.
O público que passava pelo local ouviu um estrondo. Segundo Raul Rocha, o marido de uma das vítimas, a dentista Adriana Rocha, de 48 anos, as pessoas foram atingidas pelo cabo da câmera. “Ela está nervosa, dizendo que está doendo pela pancada. Deve ter sido um trauma”, afirmou Raul. “Eu cheguei a pensar que era alguma coisa elétrica. Eu senti como se fosse uma chicotada. Ficou um ferimento aberto. Ainda bem que meu filho não foi ferido”, contou Adriana, com uma mancha do cabo na camiseta.
Mãe de Ana Luiza, a menina atingida, Cristina Campos também afirmou que o cabo feriu as vítimas. ““O cabo caiu na perna dela, ralou do joelho para baixo. Eles vão levar ela pro Loureço Jorge para fazer uma avaliação, porque a perna dela está muito vermelha. Foi uma gritaria, eu tentei puxar ela, mas o fio já tinha passado. Pensei que fosse de alta tensão, fiquei desesperada”. Outro ferido foi identificado como Rodrigo de Souza Silva, de Foz de Iguaçu, no Paraná.
O técnico de ginástica da Grã Bretanha Chris Adams estava no local do acidente quando o objeto despencou e feriu as duas mulheres. Ele contou que as vítimas estavam em estado de choque após serem atingidas.
“Houve uma grande comoção, muitas pessoas começaram a gritar e correram para o local. A equipe médica chegou bem rápido e foram muito bons. As vítimas estavam chocadas, não conseguiam dizer o que tinha acontecido. Elas estavam surpresas e eu também fiquei surpreso na hora. O cabo arrebentou e fez um barulho forte. Eu estava olhando e escutei um barulho. Foi quando vi a câmera caindo. Deu para ver sangue no rosto delas”, afirmou.
A carioca Eliane Lentine estava próximo ao local e afirmou que teve que desviar dos cabos da câmera que desabou. De acordo com ela, uma das vítimas estava com o nariz sangrando e uma segunda teria colocado um colar cervical de imobilização.
“Eu estava na passarela, aí tinha uns cabos. Na hora em que o objeto caiu, acho que foi uma câmera, as cordas saíram balançando. Eu tive que desviar das cordas. As cordas passaram perto de mim, eu tive que desviar. Infelizmente uma das moças foi atingida. Ela estava com o nariz sangrando”, lembrou.
Por volta das 14h30 as duas vítimas eram socorridas no próprio Parque. O estado de saúde das vítimas ainda não tinha sido informado pela organização dos jogos até 15h.
Representantes da Rio 2016 afirmaram que já tinham entrado em contato com a OBS e aguardavam posicionamento da empresa. A organização dos jogos ressaltou que apenas oferece a estutura de concreto baixo para as câmeras, mas o equipamento é da OBS.
A OBS informou que enviou três equipes para o local para apurar o que aconteceu, mas ainda não tem informações para divulga. Às 16h, a Polícia Civil começou uma perícia no local da queda do cabo.
Fonte: G1