A diretora do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) de Paraúna, Cloida Maria Tavares, no sul de Goiás, investiga se o assistente de professor que foi filmado ao bater em um menino de 2 anos agrediu outros alunos e se houve situações semelhantes contra o mesmo aluno. Admitido há três meses por concurso público, o profissional foi flagrado por câmera de segurança, que fica dentro da sala, dando tapas no rosto do menino.
“A gente vai averiguar as imagens para ver se isso aconteceu outras vezes ou não. O sistema de monitoramento do Cmei funciona a todo momento e as imagens ficam registradas”, explicou Cloida Tavares.
A defesa do assistente de creche que aparece no vídeo informou que as acusações feitas não condizem com a realidade dos fatos e lamentou o ocorrido. Disse ainda que o servidor está à disposição para colaborar com as investigações a fim de comprovar a verdade.
A diretora da creche disse que a agressão aconteceu na sexta-feira (2) e foi assistida em tempo real pelo sistema de monitoramento. Cloida Tavares disse que teve uma crise de choro na hora, mas agiu rápido para afastar o servidor das salas de aulas. Uma assistente, que também estava na sala, foi afastada. A defesa dela não foi encontrada até a última atualização desta reportagem.
Em nota, a Prefeitura de Paraúna disse que a família foi acionada para a ciência e orientação de providências a serem tomadas e que, visando resguardar os envolvidos, o processo corre em sigilo. Por fim, o município disse que “lamenta profundamente” o ocorrido.
“Para trabalhar em Cmei é preciso ter dom, gostar e amar o que faz. Se não se identifica com a profissão, pede exoneração do cargo”, comentou a diretora.
Agressão
A câmera de segurança que fica dentro da sala gravou o momento em que o servidor deu tapas no rosto e balançou a cabeça do aluno Luiz Henrique Lima.
O menino estava sentado numa carteira da primeira fila de estudantes. O servidor já entra na sala em direção à mesa da criança. Quieto, o menino leva vários tapas no rosto. Depois, o assistente balança a cabeça dele e aponta o dedo. Sem reação, a criança somente abaixa a cabeça.
“Eu fiquei totalmente sem reação, chocada, muito indignada. Como é que um cara pode fazer isso com qualquer criança. Quem é mãe sabe, a gente prefere levar um tapa do que ver o filho da gente levar um tapa”, desabafou a mãe do menino, Ana Claudia de Lima Santos.
A mãe contou que tem notado um comportamento estranho do menino, que não queria ir para a aula e chegou a dizer que tinha apanhado de um “tio” na escola.
“Depois que retornou as aulas no Cmei, ele não está dormindo direito, está se escondendo no armário, debaixo da cama e fica falando ‘mãe, eu estou com medo”, contou a mãe.
Fonte:G1