Comigo-ninguém-pode e espada-de-São-Jorge: entenda os perigos e o que fazer com plantas que causaram quase 100 casos de intoxicação em Goiás

Nos três primeiros meses deste ano, 98 casos de intoxicação por plantas ornamentais foram registrados em Goiás, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES). As espécies comigo-ninguém-pode, begônia, comigo-niguém-pode e zamicurca são as principais causadoras das reações.

Ao g1, médico Euler Santos, do Centro de Informação e Assistência Tecnológica de Goiás (Ciatox), explicou que, se sentir sintomas de intoxicação, a pessoa deve lavar o local onde a planta teve contato e procurar um médico. O Ciatox também oferece orientações 24h pelos telefones 0800 646 4350 e 0800 722 6001.

Conforme a SES, os sintomas mais severos são gastrointestinais, respiratórios, distúrbios neurológicos, distúrbios cardiológicos e cutâneos. O médico explicou que a ingestão de algumas dessas plantas pode causar dor, queimação, feridas na língua e na garganta, náuseas e até vômito.

A maior parte das intoxicações são registradas em crianças menores de quatro anos. No entanto, segundo o especialista, muitos adultos usam as plantas para fazer automedicação, o que deve ser evitado sem o auxílio de um médico.

“O adulto quer fazer automedicação e acredita que a planta tem efeito terapêutico, então faz chás, infusões ou mastiga. Mesmo que a planta tenha efeito terapêutico, a pessoa leiga não sabe qual a dose [correta]. O ideal é procurar um médico”, explicou.

Pesquisas recentes apontam que cerca de de 2 mil casos por intoxicação de plantas são registradas por ano no país. Conforme a SES, o número de intoxicações é grande em crianças por causa da curiosidade, fome e fácil acesso às plantas em ambiente doméstico.

De acordo com o Ciatox, as plantas que mais causam esse tipo de intoxicação são as que possuem cristais de oxalato de cálcio e látex. Como medidas preventiva, o centro orienta posicionar os vasos e jardineiras em locais elevados ou inacessíveis para que crianças não tenham contato e ensiná-las a não colocar na boca, comer ou brincar com as folhas e raízes desconhecidas.

Ao repórter Tariq Augusto, o arquiteto paisagista Higor Nobre explicou que é possível ter essas plantas em casa, desde que sejam tomados os devidos cuidados.

“Quando indicamos plantas, investigamos o perfil da pessoa, se ela tem animais em casa, crianças e, a partir de então, selecionamos as plantas adequadas e os locais adequados [para colocá-las]”, disse o arquiteto.

Fonte:G1

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